TRAGÉDIA AMBIENTAL

Marinha nega mancha gigante de óleo descoberta pela Ufal

Conclusão também foi obtida por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Por Bruno Fernandes 30/10/2019 - 16:16

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Ufal
Local fica ao sul da Bahia, a 54 quilômetros de distância da costa
Local fica ao sul da Bahia, a 54 quilômetros de distância da costa

Em nota oficial, a Marinha negou nesta quarta-feira, 30, que as imagens de satélite analisadas pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), vinculado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), detectaram um padrão característico de manchas de óleo.

“Em relação à possível mancha que estaria avançando pelo mar da Bahia, informamos que não se trata de óleo. Foram feitas quatro avaliações para confirmar: consulta aos especialistas da ITOF, monitoramento aéreo e por navios na região e por meio de satélite”, sustenta a nota.

A Marinha acrescentou que “a gravidade, a extensão e o ineditismo desse crime ambiental exigem constante avaliação da estrutura e dos recursos materiais e humanos empregados, no tempo e quantitativo que for necessário”.

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) detectaram a gigantesca mancha de óleo no mar junto ao litoral sul da Bahia. A observação foi feita na última segunda-feira, 28, por um satélite da Agência Espacial Europeia.

Pela primeira vez desde o acidente, cientistas conseguem observar o óleo no mar. Para os especialistas, de acordo com o padrão da mancha, o óleo poderia estar vindo do fundo do oceano.

A mesma conclusão foi obtida por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que encontrou uma mancha de óleo de 200 km² na mesma região do estado baiano.Em ambos os casos, a descoberta foi possível por meio da análise de uma imagem de radar.

O pesquisador Humberto Barbosa, do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), informou que a mancha tem um formato de meia lua, com 55 quilômetros de extensão e seis quilômetros de largura. O óleo estaria a 54 quilômetros da costa da Bahia, na altura dos municípios de Itamaraju e Prado.

Na imagem do satélite Sentinel podem ser vistos ainda três navios, formando uma espécie de triângulo nas proximidades do óleo. 

Pelo padrão da mancha, no entanto, o pesquisador afirma que não se trata de um derramamento, mas sim de um vazamento oriundo do fundo do mar. Ele lembrou ainda que, naquela região, há poços de petróleo sendo perfurados.

De acordo com cientistas, dependendo das condições meteorológicas, a mancha pode chegar ao litoral da Bahia nos próximos dias, causando ainda mais impacto ambiental. Por isso, defendem, seria importante ir ao local tentar deter o avanço da mancha.


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