REPASSES ILEGAIS
Polícia Federal pede mais tempo para aprofundar inquérito contra Renan Calheiros
Investigação apura se o alagoano recebeu dinheiro em troca de influência em medidas provisórias
A Polícia Federal apresentou na última quarta-feira, 22, um despacho Supremo Tribunal Federal (STF) pedido mais tempo para aprofundar uma investigação sobre supostos pagamentos de propina ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia.
O inquérito apura se o emedebista alagoano recebeu dinheiro de empresas do setor logístico e portuário em troca de influência em medidas provisórias que tramitaram no Congresso.
As suspeitas são de que houve repasses a Renan por meio do lobista Milton Lyra, suposto operador financeiro do senador, em troca de benefícios na MP dos Portos e em outra MP, que desonerou a folha de pagamento a 14 setores da economia e alterou a contribuição patronal do INSS. Os dois textos tramitaram no Senado em 2013, quando o alagoano era presidente da Casa.
Com base em um relatório policial concluído no final de junho, o delegado Dhiego Melo Job de Almeida afirma que “ainda há linha investigativa viável para o aprofundamento das investigações”, sobretudo a respeito de pagamentos da gigante do ramo ferroviário ALL a empresas ligadas a Milton Lyra.
A PF identificou 3,2 milhões de reais em transferências eletrônicas da ALL a duas empresas, a Porte Projetos Terraplenagem e Construções Ltda. e a Link Projetos e Participações Ltda., divididos entre cinco repasses, de novembro de 2013 a janeiro de 2014.
As duas empresas operavam no mesmo edifício na Avenida Faria Lima, em São Paulo, onde, segundo a PF, outras investigações apontam estar baseada uma “estrutura de lavagem de dinheiro” capitaneada por Milton Lyra.
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