ATAQUE CARDÍACO

Idoso preso em Maceió morre após Justiça reconhecer que detenção era indevida

Por Redação com O Globo 26/09/2021 - 08:40
Atualização: 26/09/2021 - 08:53
A- A+
Arquivo pessoal
Cícero Maurício da Silva, de 63 anos, morreu após ficar 32 dias preso
Cícero Maurício da Silva, de 63 anos, morreu após ficar 32 dias preso

Um senhor identificado como Cícero Maurício da Silva, de 63 anos, morreu na tarde de sexta-feira, 24, em frente ao Presídio de Segurança Máxima I (PMS1) em Maceió. Segundo informações do jornal O Globo, ele havia passado 32 dias detido e acabara de ser liberado da penitenciária após a Justiça de Alagoas ter reconhecido que sua detenção era indevida.

Silva teve um ataque cardíaco quando iria entrar em um Uber. O motorista contou que o idoso morreu antes de entrar no veículo. Durante o período preso, Silva não teve contato com a família ou advogados.

O impedimento era por conta da greve dos policiais penais de Alagoas, movimento já declarado como ilegal pela Justiça de Alagoas. De acordo com a família, Silva passou mal devido a ansiedade para deixar a cadeia.

Silva foi preso em 23 de agosto quando tentava tirar um novo documento de identidade. Na ocasião, a polícia anunciou a existência de uma ordem de prisão referente a um processo por estelionato que começou a tramitar em 2010. De acordo com o mandado, Silva havia vendido um mesmo terreno para mais de uma pessoa.

A defesa de Silva alegou inocência. Em um habeas corpus, o advogado Gilmar Francisco Soares Júnior argumentou que o idoso desconhecia a denúncia, era analfabeto, não usava qualquer tecnologia, não sabia o que é uma citação por edital e tampouco saberia pesquisar nas plataformas digitais da Justiça para saber que era processado.

Antes de conseguir o alvará de soltura, Silva teve dois habeas corpus negados, um pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) e outro pelo Superior Tribunal de Justiça. Somente em 22 de setembro o juiz Thiago Augusto Lopes de Morais reconheceu a prescrição do crime.

Publicidade

Leia mais sobre


Encontrou algum erro? Entre em contato