NEGÓCIO BILIONÁRIO
Interessados na compra da Braskem vão da J&F a dono de universidade
Companhia está avaliada perto de R$ 35 bilhões na Bolsa de Valores do Brasil
A petroquímica Braskem, apontada pelo Serviço Geológico do Brasil como a causadora dos afundamentos dos bairros do Mutange, Pinheiro, Bebedouro e Bom Parto está a um passo de ser vendida, apesar disso, o que se sabe até o momento são rumores de propostas, sem nenhum valor ou comprador definido oficialmente até o momento.
Depois da tentativa frustrada no ano passado de uma oferta das ações preferenciais da Braskem e com o mercado global fechado e sacudido por uma guerra, a controladora Novonor e seus bancos credores voltaram a conversar sobre a venda do controle da petroquímica.relacionadas_esquerda
A lista de interessados que acenaram para a possível aquisição começa com o fundo de private equity Apollo, que carrega o sucesso da formação da Lyondell Basell em seu histórico. Mas tem também J&F, holding da família Batista, Frank Geyer, dono da Universidade Unipar, e mais recentemente o grupo Ultra, após uma tímida sondagem.
Apesar da ansiedade dos investidores ser significativa, não há até o momento nenhuma proposta na mesa com valores estabelecidos. A expectativa é que elas comecem a chegar nas próximas semanas. Assim, no mês que vem, a Novonor e os credores poderiam ter uma clareza maior sobre quais conversas teriam potencial de avançar realmente.
A última proposta recebida pela empresa foi do empresário Joesley Batista, do grupo J&F e alvo da Operação Lava Jato. O empresário mostrou interesse em comprar a empresa pela bagatela de aproximadamente R$ 27 bilhões. Na última semana, o empresário já havia mostrado interesse em comprar a parte da Novonor, antiga Odebrecht e deixar de lado as ações da Petrobras, que representa 36% da empresa.
Agora, a nova proposta inclui ambas as partes (Novonor e Petrobrás) e devido a possível negociação considerada a melhor até o momento, a J&F contratou o ex-presidente da Braskem Carlos Fadigas para assessorá-la na transação.
A companhia está avaliada perto de R$ 35 bilhões na B3, com as ações pouco acima de R$ 43. No segundo semestre do ano passado, o papel chegou a ultrapassar R$ 70 (em um único pregão, é verdade) e a petroquímica valia, então, ao redor de R$ 55 bilhões.
Vale esclarecer aqui que não há um processo formal de venda em andamento, como o que foi realizado em 2021. Ou seja, não existe um cronograma que interessados devam seguir. Isso dá liberdade para que Novonor e a sócia Petrobras, ao menor sinal de uma virada de mercado, possam ser ágeis para voltar a tentar uma oferta pública de ações.
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