DESABASTECIMENTO
Pesquisa aponta falta de medicamentos em 56,8% dos municípios de Alagoas
Não há previsão para normalização dos estoques de remédios básicos da assistência farmacêutica em 23% das cidades
O desabastecimento de medicamentos essenciais nas farmácias básicas municipais, incluindo alguns insumos ambulatoriais se tornou uma realidade nos últimos meses. Em Alagoas, 56,8% dos municípios estão com prateleiras desabastecidas e 23,1% afirmam que não há prazo para normalização dos estoques. As unidades de saúde e usuários estão convivendo com a falta de remédios básicos como dipirona (71,4% dos municípios), dipirona injetável, azitromicina, prednisolona e ambroxol, além de insumos como seringas, gazes, equipos, agulhas e ataduras.
As informações estão na pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), realizada no país no período entre 23/05 a 20/06, com foco na resposta dos servidores responsáveis pela assistência farmacêutica municipal, de preferência com os próprios farmacêuticos dos serviços.
Segundo a entidade, o desabastecimento de medicamentos e insumos decorre de problemas no fornecimento pelo Ministério da Saúde, movimentos de protesto de funcionários em portos e aeroportos; questões envolvendo a política internacional como dificuldades de importação de insumos, por causa da guerra na
Ucrânia e do lockdown na China, entre outros.
Em alguns Estados, cirurgias eletivas e tratamentos estão sendo adiados. Em Alagoas, pelo menos por enquanto os municípios não consideram adotar essa medida. Nos municípios alagoanos em que há falta de medicamentos do Componente Básico, a amoxicilina está em falta em todos que responderam a pesquisa, seguido por “outros”
medicamentos (71,4%) e a Dipirona, em 71,4% dos Municípios.
Entre os funcionários que responderam ao questionamento da CNM no estado, 61% informaram que o município precisou recorrer à compra direta ou emergencial de medicamentos. Desse total, 62,5% dos municípios compraram insumos de responsabilidade municipal e de responsabilidade do Estado e da União.
A falta de produtos do Componente Especializado da Assistência também é realidade em 23,1% das cidades em Alagoas. a pesquisa mostra carência de Noripurum 100mg, Novamox 400mg, Amicacina e Leflunomida, todos com 33,3%. Um total de 53,8% dos Municípios, disse que explica ao paciente o motivo da falta dos medicamentos e
38,5% dos Municípios não responderam a esta questão.