MEIO AMBIENTE
Após meses de escassez, sururu reaparece na Lagoa Mundaú
Desaparecimento do sururu pode estar relacionado à salinidade reduzidaApós quase dez meses de ausência, o sururu, molusco símbolo da culinária alagoana, voltou a aparecer na Lagoa Mundaú. A notícia foi recebida com alegria pelos catadores que vivem na região do Vergel do Lago.
O desaparecimento do sururu pode estar relacionado à salinidade reduzida causada pelo excesso de chuvas no estado, entre os meses de maio e junho de 2022, e também por fatores ligados à poluição.
No entanto, a presença do "sururu branco", um molusco invasor que tem causado uma quebra da cadeia natural da Lagoa Mundaú e região lagunar também tem causando o desaparecimento do sururu nativo.
O "sururu branco", apelidado pelos pescadores e marisqueiras, pertence a uma espécie invasora de nome Mytlopsis sallei, considerada exótica. Ele tem origem na América Central, mas está distribuído em diversos ambientes estuarinos ao redor do mundo. Mais de 50 mil pessoas que se alimentam e/ou sobrevivem da economia movimentada pelo sururu, iguaria da culinária e patrimônio imaterial de Alagoas, estavam ameaçadas.
Alguns pescadores encontraram uma alternativa para continuar pescando o sururu, que foi a pesca na cidade de Roteiro, no Litoral Sul de Alagoas. No entanto, essa atividade gerou muita despesa e reduziu o número de pessoas envolvidas na pesca. Além disso, restaurantes da região precisaram comprar a iguaria de outros estados, o que também aumentou os custos.
A volta do sururu nativo traz esperança para os catadores e pescadores da região, que dependem do molusco para sobreviver. No entanto, é importante que as autoridades continuem monitorando a presença do "sururu branco" na Lagoa Mundaú e região lagunar, para evitar que essa espécie invasora continue prejudicando a cadeia natural e ameaçando a economia local.
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