meio ambiente
MPF coleta dados sobre tratamento e destinação de chorume em Maceió
Equipe realiza visita à Central de Tratamento de Resíduos de Maceió
Na manhã desta terça-feira, 7, o Ministério Público Federal (MPF) realizou visita à Central de Tratamento de Resíduos de Maceió (CTRM) com o objetivo de coletar dados operacionais e levantar as medidas adotadas para a disposição final dos efluentes gerados de suas atividades, especialmente dos percolados (chorume), que, de acordo com o Instituto do Meio Ambiente (IMA), têm sido despejados no emissário submarino, localizado na praia do Sobral, sem o tratamento adequado pela empresa contratada pelo Município. A fiscalização faz parte das apurações realizadas no âmbito do Inquérito Civil nº 1.11.000.000284-38, instaurado pelo procurador da República Lucas Horta.
Durante a visita foi verificado o controle do recebimento de resíduos, como a classificação na entrada da central e pesagem dos caminhões. Em seguida foi apresentada a operação no tratamento dos resíduos sólidos urbanos, dos resíduos de construção civil e dos resíduos inertes. Por fim, a empresa Orizon apresentou a estação de tratamento de chorume, prestando informações técnicas, como as etapas do tratamento biológico.
Para Lucas Horta, o objetivo da visita foi dar concretude às informações trazidas ao MPF, e já documentadas no Inquérito Civil, na certeza de que a ida a campo tem um potencial de agregar qualitativamente e melhor nortear a atuação ministerial. “A ideia agora é sentar à mesa com todos os atores envolvidos e nos concentrar nos aspectos que ainda carecem de aperfeiçoamento, seja do lado da operação, atualmente desenvolvida pela empresa concessionária, seja do lado da administração, desempenhada pelo Município através da Sedet e Sudes, e pelo Estado através do Instituto do Meio Ambiente”, argumentou o procurador.
Compromisso assumido
Conforme Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado em 2005 entre a Prefeitura de Maceió e os Ministérios Públicos Federal e Estadual, para um funcionamento adequado do aterro, o gestor municipal deve seguir à risca instruções legais e técnicas para a coleta, o tratamento adequado e a destinação final do chorume.
A empresa concessionária se comprometeu, através do contrato de concessão, a implantar e operar estação de tratamento de efluentes, bem como se declarou com a qualificação técnica exigida para captação e drenagem do chorume. No entanto, as apurações constatam, a partir de alguns estudos técnicos, o depósito irregular de chorume no emissário submarino, por estar fora dos padrões ambientais estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
O MPF vem realizando audiências com o Município de Maceió na tentativa de solucionar possíveis irregularidades de forma extrajudicial. A próxima reunião está agendada para o dia 9 de março, com representantes do Município e da empresa Orizon, com o objetivo de discutir quais medidas ainda precisam ser tomadas para o andamento adequado do tratamento dos resíduos, sobretudo no que diz respeito à destinação do chorume.
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