CASO PINHEIRO
Negociações para aquisição da Braskem envolvem discussões sobre risco ambiental
Bancos estão pressionando para que a compradora assuma os futuros passivos
Os desdobramentos das negociações entre a Unipar e os bancos credores para a aquisição da Braskem têm como um dos principais pontos de discussão o risco ambiental presente em Alagoas. Os bancos estão pressionando para que a compradora assuma os futuros passivos relacionados ao desastre ambiental ocorrido na região. A Unipar sabe que terá que arcar com as indenizações, mas não topa fechar o negócio sem a quantificação de todas as indenizações devidas — até porque avalia que esse passivo virá e será de bom tamanho.
Desde o ano de 2018, a Braskem tem enfrentado os impactos de um desastre de dimensões bilionárias, que afeta diretamente cerca de 200 mil pessoas que residiam em cinco bairros de Maceió. Essas áreas eram utilizadas pela empresa para a extração de sal-gema desde os anos 70. O desastre foi desencadeado por um deslocamento do subsolo, ocasionando rachaduras nas residências e a formação de crateras nas ruas, causando transtornos e colocando em risco a segurança e o bem-estar dos moradores afetados.
As negociações entre a Unipar e os bancos credores estão sendo retomadas, uma vez que nesta sexta-feira, 30, ocorre mais uma reunião para tratar do assunto. Os bancos, buscando mitigar seus próprios riscos, insistem para que a Unipar assuma os potenciais passivos ambientais que possam surgir no futuro em decorrência desse desastre. No entanto, a Unipar mantém-se firme em sua posição, alegando que os custos relacionados a esses passivos serão substanciais e, portanto, se recusa a assumi-los.
As informações são do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
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