JUSTIÇA

Justiça nega recurso de acusado de matar Roberta Dias e mantém julgamento

Recurso buscava a despronúncia de Karlo Bruno
Por Bruno Fernandes 28/11/2023 - 08:18
A- A+
Divulgação
Roberta Dias foi assassinada em abril de 2012
Roberta Dias foi assassinada em abril de 2012

O Poder Judiciário de Alagoas recusou, na noite de ontem, 27, um recurso da defesa de Karlo Bruno Pereira Tavares, apontado como autor do assassinato de Roberta Costa Dias em abril de 2012. O recurso buscava a despronúncia de Karlo Bruno, revertendo a decisão que o enviou ao Tribunal do Júri.

Karlo Bruno Pereira Tavares, assim como Mary Jane Araújo, foram pronunciados pelo Tribunal de Justiça de Alagoas em julho. Eles são mãe e amigo de Saulo de Thasso Araújo Santos, pai do filho que Roberta estava esperando. A data do julgamento ainda não foi marcada.

A defesa argumentou a falta de indícios mínimos de autoria, alegando que as acusações eram baseadas em provas viciadas e inconclusivas. O juiz Nelson Fernando de Medeiros Martins, ao decidir, afirmou que as circunstâncias dos fatos, obtidas na instrução criminal, constituem indícios suficientes de autoria.

“As falas atribuídas ao denunciado Karlo Bruno no áudio que a defesa alega ser prova ilícita – cuja tese foi refutada também na decisão de pronúncia - relatam a dinâmica dos fatos, desde os supostos atos preparatórios (retirada do som automotivo do gol preto, a colocação de uma enxada e de um fio de extensão no porta-malas), os atos executórios (suposta asfixia mediante o uso do fio de extensão), o local onde a suposta vítima foi enterrada ("Peba") e até mesmo o descarte do celular da vítima na rua da antiga emergência”, complementou o magistrado.

O áudio citado pela defesa, que alegava ser prova ilícita, foi considerado pelo magistrado como elemento que descreve a dinâmica do crime. Desde atos preparatórios até a suposta asfixia com fio de extensão e o local de sepultamento, o juiz considerou essas informações como indicativos de autoria.

Martins ressaltou que, havendo dúvida fundada sobre a autoria, cabe ao Tribunal do Júri dirimi-la. "Existindo prova da existência do fato e indicativo mínimo de autoria, a acusação mostra-se admissível, viabilizando-se o julgamento pelo Tribunal do Júri", concluiu o juiz. Agora, aguarda-se o agendamento do julgamento para encerrar essa história e buscar a justiça.

Entenda o caso

Roberta Dias desapareceu em Penedo, no início de 2012 depois que saiu de casa para ir a uma consulta médica, no Centro da cidade, e não voltou mais. As investigações apontam que ela foi sequestrada e levada até um local deserto, onde foi asfixiada com um fio de som de carro. Depois, teve o corpo enterrado em uma cova rasa.

A ossada de Roberta só foi encontrada nove anos depois do crime, no Pontal do Peba, na cidade de Piaçabuçu.

Publicidade


Encontrou algum erro? Entre em contato