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Lula enfrenta pressão de Arthur Lira e mantém posição sobre ministro Padilha

Lira tem elevado o tom e avisou a interlocutores de Lula
Por Redação 05/02/2024 - 14:41

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Assessoria PT
Lira e Lula
Lira e Lula

O presidente Lula (PT) enfrenta uma pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em relação ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Lira tem elevado o tom, alertando que, sem a substituição de Padilha, a pauta do governo na Câmara não terá avanços.

O cenário é mais desafiador em 2024, um ano eleitoral, no qual a avaliação é de que haverá menos tempo para a votação de matérias de interesse do Executivo, devido à tradicional redução das atividades legislativas durante as eleições.

Auxiliares de Lula adotam a estratégia de aguardar a superação da atual turbulência e buscar, nas próximas semanas, um encontro entre Lira e Padilha para uma reaproximação. A indicação, por enquanto, é de que o ministro permanecerá no cargo.

Embora não se considere um rompimento oficial entre o deputado alagoano e o ministro, reconhece-se que a relação está tensa. Lira expressou insatisfação com Padilha, não com o governo como um todo, abrindo espaço para diálogos com outros ministros petistas e líderes do governo na Câmara.

Ainda nesta semana, Rui Costa (Casa Civil) e outros interlocutores do presidente Lula estiveram na residência oficial da presidência da Câmara para tratar de pautas sensíveis, como o veto presidencial a R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares em 2024.

Nos bastidores, circula a informação de que Lira planeja um encontro com Lula nos próximos dias, visando garantir o apoio do governo para a escolha do próximo presidente da Câmara, cuja eleição ocorrerá em um ano, além de pavimentar o caminho para a corrida eleitoral de 2026, onde Lira supostamente pleiteia uma vaga de senador por Alagoas.

No entanto, membros do governo alertam que a postura de Lira, ao se distanciar de eventos importantes e não comparecer a compromissos oficiais, pode abrir espaço para que Lula estreite laços com outros líderes do Congresso, como Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).

A base consolidada de Lira na Câmara, ampliada durante o governo Bolsonaro, centraliza a distribuição das emendas parlamentares. Contudo, na gestão Lula, a liberação e execução dos repasses passaram a ser gerenciadas por Padilha, gerando atritos.

Auxiliares de Lula argumentam que manter Padilha no cargo é crucial para o presidente, pois ele desempenha papel fundamental na mediação entre o Palácio do Planalto e o Congresso, especialmente em um modelo de gestão das emendas desejado por Lula, onde o Executivo dita o ritmo dos pagamentos e participa das negociações políticas.



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