POLÍTICA
Em Alagoas, Lula diz que Arthur Lira o 'ajudou muito' a governar
Declaração acontece em meio aos desentendimentos entre Congresso e governo federalO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), "o ajudou muito" depois que o petista venceu as eleições em 2022. A declaração aconteceu nesta quinta-feira, 9, em São José da Tapera, Alagoas, durante a assinatura de uma ordem de serviço para execução de uma obra que tem o objetivo de levar água para o sertão.
Na ocasião, Lula contou que, quando venceu as eleições em 2022, ele ouvia de políticos que teria "dificuldade" em governar porque Lira, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estava na presidência da Câmara.
"[Lira] me ajudou muito, porque nós começamos a governar antes de tomar posse. Porque foi ele que coordenou, junto com o Rui Costa e o Fernando Haddad, a Proposta de Emenda à Constituição da Transição, que permitiu que a gente tivesse dinheiro para governar em 2023, que a gente tivesse dinheiro para recuperar o Bolsa Família, e que a gente tivesse coragem de anunciar o PAC no meio do ano passado", afirmou o presidente.
Lula disse que "Deus quis que ele tivesse" um alagoano no comando da Câmara neste mandato, assim como teve outro alagoano, Renan Calheiros, na presidência do Senado no segundo mandato como presidente.
O presidente afirmou que o governo "não teve nenhum projeto de interesse" derrotado na Câmara dos Deputados.
"É uma demonstração que as nossas diferenças ideológicas não são levadas em conta quando o interesse maior é o interesse de mulheres, homens, de crianças que nasceram nesse país e querem viver dignamente nesse país", afirmou Lula.
As declarações de Lula acontecem em meio aos desentendimentos entre Congresso Nacional e governo federal. Recentemente, Arthur Lira chegou a chamar de "incompetente" e "desafeto pessoal" o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é o responsável pela interlocução do Executivo com o Legislativo.
À época, Lira estava descontente com o que considerava interferências do governo em assuntos internos da Câmara e, também, com a demora do governo na liberação de emendas parlamentares.
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