assassino em maceió
Serial killer utilizava redes sociais para sondar as vítimas, diz delegada
Polícia Civil detalha como identificaram o criminoso: "É um predador"A Polícia Civil de Alagoas, em conjunto com o Instituto de Criminalística de Maceió, prendeu Albino Santos de Lima, de 42 anos, acusado de ser o maior serial killer da história recente do estado. Com um total de 10 vítimas confirmadas até o momento, o criminoso, que atuava principalmente em Maceió, foi capturado após um trabalho investigativo detalhado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O assassinato da última vítima, a adolescente Ana Beatriz, de 13 anos, foi a chave que desvendou o mistério.
A prisão ocorreu em 17 de setembro de 2024, quando um mandado foi expedido pela Justiça. Durante a operação, a polícia apreendeu uma pistola calibre .380 e um celular, itens que se revelaram essenciais para conectar Albino aos crimes. Imagens de câmeras de segurança, compartilhadas pela mídia local, ajudaram a identificar o acusado, que residia a cerca de 800 metros dos locais dos homicídios.
Com a prisão, as equipes da DHPP conseguiram identificar padrões nos crimes: o assassino sempre agia de maneira similar, à noite, com roupas escuras e boné para ocultar o rosto, e utilizava a mesma arma em vários homicídios. A proximidade das cenas dos crimes com sua residência também foi uma descoberta importante. "Ele é um predador, um assassino em série, muito frio e calculista", afirmou o delegado Gilson Rego.
Após a captura, a investigação seguiu para o Instituto de Criminalística, onde os peritos realizaram exames detalhados. A análise da arma apreendida, realizada pela perita Suely Mauricio, e o minucioso cruzamento de dados, ligaram a pistola a todas as 10 mortes. "Esse trabalho de coleta e comparação foi fundamental para ligarmos a arma aos crimes", explicou Mauricio. A comparação balística permitiu confirmar que os disparos nas cenas do crime tinham sido feitos com a mesma arma utilizada em outras vítimas.
Além disso, um exame crucial foi realizado no celular de Albino. Nos dados armazenados, a polícia encontrou registros perturbadores: fotos das vítimas de homicídios, listas com datas e detalhes dos crimes, e até imagens dentro de cemitérios, em algumas delas com lápides de vítimas. O perito José Farias destacou que "as informações encontradas nas pastas do celular foram essenciais para conectar Albino aos assassinatos".
Em um novo depoimento, Albino confessou ser responsável por pelo menos oito dos homicídios e justificou seus atos alegando que as vítimas estavam supostamente envolvidas com facções criminosas. Contudo, as investigações da polícia refutaram essa alegação. “Nenhuma das vítimas tinha ligação com organizações criminosas”, destacou o delegado Gilson Rego. O perfil das vítimas era similar: jovens mulheres e homens, principalmente morenas de cabelo cacheado, incluindo uma mulher trans.
A delegada Tacyane Ribeiro acredita que Albino tinha uma obsessão por esse tipo de vítima, e que ele teria matado por ressentimento. O criminoso também foi acusado de utilizar as redes sociais para estudar suas vítimas, coletando informações disponíveis na internet. "É um alerta para as pessoas tomarem mais cuidado com o que compartilham nas redes sociais", disse Ribeiro.
O trabalho investigativo não apenas resultou na prisão de Albino, mas também evitou futuros crimes. A perícia revelou imagens no celular do criminoso que indicam que ele estava planejando mais assassinatos. Algumas dessas imagens mostravam possíveis novas vítimas, o que demonstrou a importância da atuação rápida das equipes da Polícia Civil e do Instituto de Criminalística.
"Esse caso é um exemplo de como a integração das forças de segurança pode resultar em uma resolução eficaz e rápida. Graças ao trabalho conjunto da DHPP e do Instituto de Criminalística, conseguimos evitar mais mortes e trazer justiça para as vítimas", afirmou Charles Mariano, chefe do Instituto de Criminalística de Maceió. Albino Santos de Lima permanece preso e está sendo investigado por três inquéritos policiais relacionados a homicídios qualificados. A arma que ele usava será armazenada no Banco Nacional de Perfis Balísticos, permitindo conexões com outros crimes em todo o país.