economia
Endividamento em Maceió desacelera, mas inadimplência segue em alta
Inadimplência cresce, impactando principalmente as famílias com menor rendaO endividamento nas famílias de Maceió desacelerou em novembro de 2024, com uma variação mensal de 0,5%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Fecomércio AL e o Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Este resultado é uma redução significativa em comparação aos aumentos registrados nos meses anteriores: 2,3% em outubro, 2,9% em setembro e 3,4% em agosto.
Embora a desaceleração seja positiva, o assessor econômico do Instituto Fecomércio, Francisco Rosário, destaca que ela também reflete um cenário de maior flexibilidade orçamentária, o que pode impulsionar as vendas no comércio de Maceió neste fim de ano. "A diminuição do endividamento abre espaço para novos consumos, beneficiando o setor varejista", afirmou.
Inadimplência e variação por faixa de renda
A inadimplência, que vinha crescendo desde junho, ficou em 3,3% em novembro, apresentando uma desaceleração em relação aos 5,7% registrados em outubro. Contudo, o número de famílias que não conseguem pagar suas dívidas aumentou para 11,2%, bem acima dos 3% do mês anterior.
Em relação à distribuição do endividamento por faixa de renda, o número de famílias sem dívidas diminuiu em 1,5%, um recuo considerável em comparação aos 6,5% de queda em outubro. A diminuição é explicada pela alta no número de famílias endividadas, com destaque para a redução de 11,5% nas famílias de menor renda (até 10 salários mínimos) e de 3,1% nas de maior renda (mais de 10 salários mínimos).
Nas famílias consideradas "muito endividadas", 33,3% das de maior renda e 3,5% das de menor renda apresentaram esse perfil. Já entre as que se declararam "mais ou menos endividadas", 42,1% das famílias de maior renda e 2% das de menor renda se encaixaram nesse grupo.
Impactos do cenário de endividamento e inadimplência
As famílias de menor renda, que vinham enfrentando altos índices de endividamento ao longo do ano, viram um recuo de apenas 0,26% em novembro, enquanto as de maior renda registraram um aumento de 3,8% no mesmo período, indicando uma maior propensão ao consumo no fim de ano.
O cartão de crédito segue como o principal meio de endividamento, com 98,1% dos consumidores utilizando esse recurso, seguido pelos créditos em carnês, que apresentaram um crescimento de 40% em relação a 2023.
A inadimplência, por sua vez, subiu para 36,8% em novembro, com o número de consumidores que não poderão quitar suas dívidas alcançando 11,5%. Apesar disso, a redução no comprometimento da renda, que caiu 22% em relação a outubro, foi vista como um alívio, especialmente para as famílias com maior poder aquisitivo, onde a inadimplência cresceu 12,2%.
Rosário apontou que, embora a inadimplência ainda seja um desafio, a desaceleração observada traz uma esperança de controle financeiro para as famílias de Alagoas, especialmente no cenário de superendividamento que vinha pressionando tanto as famílias de baixa quanto de alta renda.