CRIME

Julgamento de réus pela morte de Roberta Dias começa na próxima semana

MPAL sustentará tese de homícidio triplamente qualificado
Por Assessoria 17/04/2025 - 16:11
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Divulgação
Roberta Dias, de 18 anos, foi assassinada em 2012 por ter recusado fazer um aborto
Roberta Dias, de 18 anos, foi assassinada em 2012 por ter recusado fazer um aborto

Homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, corrupção de menores e aborto provocado por terceiro tendo como vítima Roberta Costa Dias: estes são os crimes que levarão ao banco dos réus, entre os dias 23 e 25 deste mês, Karlo Bruno Pereira Tavares, conhecido como “Bruninho”, e Mary Jane Araújo Santos, ambos acusados das autorias material e intelectual do crime que vitimou a jovem que estava grávida de três meses. Representando o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) no papel da acusação, estará o promotor de Justiça Sitael Jones Lemos, 4ª Promotoria de Justiça de Penedo, o mesmo autor da denúncia ajuizada em 2018. O júri acontecerá nessa mesma cidade, a partir das 9h da próxima quarta-feira, 24.

Para Sitael Jones Lemos, a materialidade e a autoria dos crimes estão nas mais de 4,7 mil páginas que compõem o processo, tendo reunido todas as evidências e conjunto de provas necessários para levar a condenação dos dois denunciados. “Os autos mostram que a Roberta foi atraída por Saullo, namorado dele à época, ao local do seu desaparecimento, nas proximidades do posto de saúde onde a vítima tinha ido para consulta de pré-natal, uma vez que estava no 3º mês de gestação. Ele estava em um veículo Gol, de cor preta, que escondia no porta-malas o outro criminoso, o Karlo, responsável por enforcar a Roberta com um fio. O assassinato foi premeditado e contou com a participação tanto de Mary Jane Araújo Santos, mãe de Saullo, quanto do próprio adolescente infrator, filho dela. Eles não aceitavam a gravidez e, diante da negativa da vítima em fazer um aborto, resolveram assassinar mãe e o feto”, argumentou o membro do Ministério Público.

Ainda conforme a ação penal proposta pelo MPAL, Mary Jane teria procurado Roberta nos dias anteriores a data do seu desaparecimento para convencê-la a provocar o aborto, o que foi descartado pela vítima. Informada com a negativa, a mãe de Saullo decidira colocar o plano criminoso em prática, contratando Karlo Bruno para a autoria material. Roberta foi asfixiada com um fio de som automotivo, e Saullo estava na cena do homicídio. “Assim, revoltada, ela contratou Karlo Bruno para executar o homicídio. Roberta foi asfixiada com um fio de som automotivo, na presença de Saullo de Thasso Araújo dos Santos – filho de Mary Jane – com quem manteve um relacionamento amoroso e de quem estava grávida de três meses”, detalha a ação penal.

A acusação do MPAL

Os dois réus foram denunciados por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe (mãe e filho não aceitavam a gravidez e planejaram o assassinato), meio cruel (morte por asfixia) e sem chance de defesa à vítima, além de aborto provocado por terceiro, que ocorre quando há perda do feto provocada por outra pessoa, que não a genitora. Eles também respondem pelos crimes de ocultação de cadáver e corrupção de menores, uma vez que envolveram Saullo, o adolescente infrator, na trama.

Como, à época do fato, Saullo era menor de idade, ele não foi denunciado, tendo sido representado na Vara da Infância e da Juventude.

17 testemunhas


O julgamento está marcado para ocorrer entre os dias 23 e 25 deste mês, no município Penedo, sempre a partir das 9h, no fórum da cidade.

No primeiro dia do júri, 23, serão ouvidas as oito testemunhas de acusação arroladas pelo MPAL. Em seguida, dia 24, será a vez dos depoimentos das testemunhas de defesa e, na sequência, o interrogatório dos réus. Os debates entre o promotor Sitael Jones Lemos e os advogados de Karlo Bruno e Mary Jane ocorrerão no dia 25. Acusação e defesa terão, cada um, duas horas e meia e fala, com a possibilidade de irem à réplica e tréplica.

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