A demanda dos consumidores por crédito caiu de forma generalizada nos nove estados do Nordeste em fevereiro deste ano, de acordo com levantamento da Serasa Experian. Em Alagoas, a retração foi uma das mais acentuadas da região: a procura por crédito recuou de 24,0% para 8,3%, o que representa uma queda de 15,7 pontos percentuais.

A maior baixa do Nordeste foi registrada na Paraíba, onde a demanda caiu 15,9 pontos percentuais. O indicador da Serasa Experian analisa mensalmente o comportamento dos consumidores em relação à busca por recursos financeiros, a partir de consultas a CPFs em operações que envolvem crédito.

Apesar do desempenho negativo no Nordeste, o cenário nacional mostra alta de 12,2% na procura por crédito em comparação com fevereiro de 2024. O crescimento foi puxado principalmente por consumidores das faixas de menor renda. Aqueles que recebem até um salário mínimo lideraram o aumento da demanda, com alta de 17,3%, seguidos pelos que ganham entre um e dois salários mínimos (13,7%).

Segundo a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, a elevação da procura por crédito entre os mais pobres está ligada ao impacto da inflação, especialmente sobre os alimentos. “Quem recebe até um salário mínimo acaba sendo mais afetado e, para manter o consumo básico, recorre mais ao crédito”, explica.

No recorte por Unidades Federativas, os estados com maior crescimento na procura por crédito foram Amapá (32,1%), Acre (31,1%) e Pará (30,5%). No sentido oposto, Alagoas e outros estados nordestinos revelam um enfraquecimento da confiança ou da capacidade de endividamento das famílias locais.

O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito é calculado com base em uma amostra representativa de CPFs consultados mensalmente, considerando operações que envolvem relação creditícia com instituições financeiras ou empresas. Os dados são segmentados por região e faixa de renda.