Precariedade

Sindicato denuncia descaso público com maternidades que penaliza as mães

Médicas temem colapso nas unidades de atenção materna e infantil em Alagoas
Por Redação 11/05/2025 - 09:48
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Assessoria
Gestantes no corredor da Maternidade Santa Mônica
Gestantes no corredor da Maternidade Santa Mônica

A presidente do Sinmed, Sílvia Melo, denuncia uma realidade preocupante envolvendo as maternidades da rede pública e conveniada em Alagoas. Segundo ela, profissionais temem o colapso rede RAMI (Rede de Atenção Materna e Infantil), com agravamento da assistência às gestantes e seus recém-nascidos e responsabiliza os gestores pela situação de desmonte dessas unidades que não recebem a atenção necessária para garantir dignidade na hora excepcional do parto.

Silvia Melo aproveita as saudações pelo Dia das Mães para lamentar o abandono dos gestores para com as parturientes que dependem da rede pública para realização do parto. “Nos comovemos com o abandono à assistência disponibilizada nas maternidades públicas e particulares conveniadas ao SUS, tanto as da capital como as do interior Estado”, disse.

É preocupante a permanente superlotação nas maternidades, afirma a médica. “Antes, o problema era comum apenas nos serviços especializados em alto risco. Agora, lamentavelmente, virou rotina também onde são realizados partos de risco habitual, locais que servem de apoio ao atendimento mais complexo". 

A médica avalia que esse tipo de serviço deveria ser prioridade dos gestores e diz que a realidade mostra o contrário. "Seria fundamental, por exemplo, repassar em dia os recursos de incentivo destinados às maternidade pelo Promater, viabilizando condições para uma assistência de qualidade às parturientes e seus recém-nascidos”, argumenta Sílvia Melo lembrando que hoje, no dia dedicado às mães, possivelmente muitas mulheres guardam memórias de sofrimento à procura de leito maternal na rede pública.

A presidente do Sinmed lembra que quando alguma maternidade do risco habitual fecha por um dia sequer, já acarreta demanda insuportável às demais. Consequentemente, a qualidade da assistência fica comprometida. “O Sinmed lamenta essa realidade envolvendo um momento tão marcante como o de se tornar mãe. Tememos o pior a qualquer momento: o colapso da rede RAMI  com agravamento da assistência às gestantes e seus recém-nascidos”, desabafa a líder sindical, frisando que as mães médicas se solidarizam com quem enfrenta esse quadro de abandono na fase mais delicada do ciclo feminino.


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