EM cinco anos

Alagoas tem alta de 65% nas taxas de suicídios entre jovens de 10 a 19 anos

Atlas da Violência expõe a falta de políticas públicas que orientem famílias e cuidem das gerações
Por Tamara Albuquerque 12/05/2025 - 12:54
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Agencia Brasil
Aumento dos casos de suicídio entre jovens em Alagoas é alarmante
Aumento dos casos de suicídio entre jovens em Alagoas é alarmante

O Atlas da Violência 2025, compilado de dados do período de 2013 a 2023 sobre o tema, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), expõe uma situação preocupante em Alagoas relativa a jovens de 10 a 19 anos. Nesse grupo etário, o levantamento mostra que houve um aumento de 65% nas taxas de suicídio a cada 100 mil habitantes de 2018 a 2023. O registro de morte autoprovocada nos cinco anos saiu de 2 jovens por 100 mil/hab para 3,3 vítimas.

Na década 2013/2023 o aumento dessas casos foi de 43,5 casos. O ano mais letal para esses jovens foi o de 2022, que registrou 21 casos de suicídio no estado. A avaliação dos técnicos que trabalharam no documento é de que essas mortes são reflexos da violência vivenciada na família ou por colegas, estigmas sociais, falta de compreensão e de acesso ao apoio e à ajuda que eles precisam para superar a violência e obter saúde mental às vítimas.

Em 2013, início da década estudada, o Atlas da Violência apurou 15 casos de suicídios entre jovens de 10 a 19 anos em Alagoas, esse número subiu para 15 no ano seguinte. Na sequência temos: 8 casos (2015), 14 casos (2016), 7 casos (2017), 12 casos (2018), 11 casos (2019), 19 óbitos em 2020, 12 óbito (2021), 21 mortes em 2022 e 17 suicídios em 2023.

No Brasil, houve aumento de 42,7% no número de suicídios, entre 2013 e 2023, entre os jovens desse grupo etário. Nesse período, 11.494 crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos sofreram suicídio no país.

"Esse número, principalmente, revela o nosso malogro civilizatório em cuidar das novas gerações. É crucial, portanto, implementar políticas públicas que adentrem nos domicílios para orientar as famílias, além de promover intervenções educacionais, com ampliação dos espaços de diálogo. É fundamental ainda reforçar políticas de igualdade e respeito para garantir a saúde física e mental de nossas crianças", avalia o documento.


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