Quadro preocupante!

Maceió entra em alerta por crescimento de casos de síndrome respiratória

Surto de influenza já afeta 15 capitais com baixa adesão por vacinas
Por Tamara Albuquerque 07/06/2025 - 10:30
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SMS/Maceió
Maceió está incluída entre as capitais com nível de atividade de SRAG em crescimento
Maceió está incluída entre as capitais com nível de atividade de SRAG em crescimento

O Brasil enfrenta um surto de influenza que já afeta 15 estados e o Distrito Federal. A baixa cobertura vacinal preocupa especialistas, que alertam para o crescimento expressivo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), hospitalizações e mortes. Pouco mais de 35% do público-alvo foi vacinado contra a gripe.

A atualização dos dados mostra que 25 das 27 UFs, incluindo Alagoas, apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo. Além de Alagoas, o quadro é o mesmo para o Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Também é observado que 15 das 27 capitais, incluindo Maceió, apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo.

Segundo o boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira,5, há um aumento significativo nos casos de influenza A, especialmente entre idosos, adultos e jovens. O documento aponta que quase 75% das mortes por SRAG nas últimas quatro semanas foram causadas por influenza A ou B.

A vacina contra a gripe, oferecida gratuitamente pelo SUS aos grupos prioritários, protege contra três cepas do vírus: H1N1 e H3N2 (ambas da influenza A) e uma da influenza B. Mesmo assim, a cobertura segue muito abaixo da meta de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde.

A população alagoana permanece com baixa adesão à campanha de vacinação contra a influenza. O Ministério da Saúde revela que no estado apenas 37% das pessoas consideradas parte dos grupos prioritários receberam a vacina que evita a forma grave da doença.

Entre os estados com menor adesão à vacinação estão o Rio de Janeiro (21,75%), Bahia, Maranhão, Mato Grosso e Pernambuco, todos com índices em torno de 30%. Dentro dos grupos prioritários, os idosos apresentam a maior cobertura, com 38,83%, seguidos pelas crianças (30,5%) e gestantes (23,35%).

Baixa vacinação

Especialistas como Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações, e Celso Granato, do Grupo Fleury, classificam o cenário como preocupante. Em entrevista ao ICL Notícias, ambos ressaltam que o surto deste ano começou mais cedo e atingiu regiões que normalmente não são tão impactadas nesta época do ano.

Entre os fatores apontados para o aumento de casos estão possíveis mutações do vírus, mudanças climáticas, com tempo mais seco, e, principalmente, a baixa vacinação.

Diante do cenário, os médicos reforçam a importância da imunização, especialmente dos grupos de risco. “Ainda é tempo de se vacinar, porque a gente não sabe como vai ser o nosso inverno e o vírus vai seguir circulando por bastante tempo. É preciso se proteger, especialmente os grupos de risco”, alerta Granato.


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