ECONOMIA
FIEA critica tarifa de 50% dos EUA sobre exportações do Brasil
EUA foram terceiro maior destino das exportações de AL em 2024, somando mais de US$ 61 milhões
A Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) classificou como injustificável a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. A entidade destacou impacto direto sobre o setor sucroalcooleiro local, especialmente no envio de açúcar ao mercado norte-americano.
Segundo dados do Observatório da Indústria, em 2024 os EUA foram o terceiro maior destino das exportações de Alagoas, somando mais de US$ 61 milhões. Em 2025, o município de São Miguel dos Campos respondeu por mais de 90% dos embarques de açúcar ao país.
O presidente da FIEA, José Carlos Lyra de Andrade, defendeu que prevaleça o diálogo diplomático para proteger empregos e investimentos no Brasil e manter relações estratégicas com os EUA.
"É essencial que o diálogo diplomático e comercial prevaleça, com vistas à manutenção de uma relação estratégica entre os dois países e à proteção dos empregos e investimentos no Brasil", disse em nota encaminhada à imprensa.
Entenda
A medida anunciada pelo presidente Donald Trump, na quarta-feira, 9, entra em vigor em 1º de agosto. Ela será aplicada de forma automática, elevando custos e reduzindo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano.
Trump justificou a decisão alegando barreiras impostas pelo Brasil e desequilíbrio comercial. Ele também citou críticas ao Supremo Tribunal Federal e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro como fatores políticos que influenciaram a tarifa.
O governo brasileiro reagiu convocando o encarregado de negócios da embaixada dos EUA para prestar esclarecimentos. O presidente Lula afirmou que o Brasil não aceitará medidas unilaterais e usará a Lei de Reciprocidade Econômica.
Lideranças do PT e ministros condenaram a tarifa. Já o ministro do STF, Flávio Dino, defendeu a atuação do tribunal, afirmando que as decisões seguem a Constituição e as leis brasileiras.