INTERIOR
Mulher diz que marido foi torturado e morto por PMs dentro de casa em AL
Vítima morreu após espancamento em Santana do Ipanema, diz laudo do IML
Uma mulher denunciou pelas redes sociais que o marido, Rogério Almir Santos de Lima, de 32 anos, foi torturado e assassinado por policiais militares dentro da própria casa, em Santana do Ipanema, no interior de Alagoas. A Polícia Civil informou nesta sexta-feira, 11, que instaurou inquérito para investigar o caso.
De acordo com o relato da esposa, Rogério estava jogando videogame quando os policiais invadiram a residência sem mandado judicial. Grávida, ela lamentou que o marido tenha morrido sem chance de defesa.
"Como é que matam um ser humano de pancada sem ele ter feito nada? Meu marido não estava armado e não estava com droga. Eles mataram o meu marido de choque e de pancada. Ainda chegaram no hospital e disseram que ele tinha levado uma queda".
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi espancamento. A esposa relatou que o marido já chegou sem vida ao hospital.
"Saí de casa rapidinho para comprar uma sandália, quando voltei perguntei a eles [policiais] onde estava o meu marido e eles disseram que ele estava indo para o hospital, mas ele já estava morto. É um desespero muito grande, ele morreu pedindo socorro".
Em outro vídeo publicado nas redes, uma vizinha do casal afirmou que os gritos de Rogério eram ouvidos por toda a vizinhança. Ela mostrou o que seria o cenário da agressão, com móveis revirados, sangue no chão e um fio desencapado.
"Esse é o quarto da tortura. Amarraram ele aqui na cama com cordas, arrancaram o cabo da televisão, molharam ele e deram choque. Eles [policiais] ainda colocaram a cabeça dele aqui dentro da pia. Olha aqui! Ainda tem sangue, eles limparam, mas ainda tem sangue no chão. Ele não tinha droga, estava sentado jogando 'Free Fire'. Eles fizeram essa perversidade com o rapaz, torturaram que nem bicho".
O caso está sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios de Santana do Ipanema. A Polícia Militar de Alagoas não se pronunciou sobre o caso até a última atualização da reportagem.