BENEDITO BENTES
Polícia apura se crime contra motorista queimado vivo foi premeditado
Delegado João Marcello, da Seção Antissequestro da Dracco, está responsável pela investigação
A Polícia Civil apura se foi premeditado o crime contra o motorista de aplicativo Josivaldo dos Santos, queimado vivo no sábado, 12, no Benedito Bentes, em Maceió. Ele foi abordado perto de um ponto de ônibus no conjunto Aprígio Vilela, após visitar um terreno que pretendia comprar.
O delegado João Marcello, da Seção Antissequestro da Dracco, relatou ao EXTRA: “Chegou a notícia do fato à Seção que o indivíduo, na manhã no sábado, foi abordado por três indivíduos do bairro Pedro Vilela, colocado dentro do seu próprio carro. Em seguida, liberaram sentido Village Campestre e nesse momento atearam fogo”.
“Estamos verificando se a ação seria contra aquela vítima específica ou se realmente abordaram ele de forma aleatória”, disse o delegado. As investigações estão na fase inicial e contam com imagens das câmeras da prefeitura e apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os três criminosos estavam a pé e vendaram os olhos da vítima, que ainda iria começar a rodar no aplicativo e aguardava parado no local. O homem ficou rodando por mais de 1 hora no carro até ser obrigado a descer. Em seguida, jogaram líquido inflamável e atearam fogo.
O carro, um Volkswagen Fox prata, foi levado pelos suspeitos, que fugiram após o crime. Moradores ajudaram no socorro da vítima, que sofreu queimaduras e foi encaminhada para a UPA do Benedito Bentes. Ele não tinha antecedentes criminais.
“Ainda estamos em diligência para identificar os autores. Estamos refazendo todo o percurso feito por eles, bem como representação no sentido da quebra de sigilo telemático e de telefones na vítima e nos possíveis autores”, concluiu João Marcello.
“Estou aqui por um milagre”
Com braços e tornozelos enfaixados, Josivaldo tenta se recuperar. “Estou aqui por um milagre”, afirmou em entrevista à TV Pajuçara.
“Eu estava com o celular na mão, escondi rápido, desci de cabeça baixa e falei: ‘Pode levar o carro’. Mesmo assim, um deles veio por trás, abriu a porta de trás e me jogou no banco. Eu só dizia: ‘Pelo amor de Deus, me solta’, mas eles não quiseram saber”, relatou.
Ele foi vendado e levado pelos suspeitos, que fizeram paradas durante o trajeto. Josivaldo percebeu que estava em um canavial quando o carro atolou e tiraram a venda. “Me levaram para um canavial. Quando o carro atolou, tiraram a venda e jogaram um produto inflamável em mim”, contou.
Um dos suspeitos jogou líquido em sua perna e, antes que ele conseguisse fugir, outro ateou fogo. “Graças a Deus consegui sair da situação. Estou aqui por um milagre”, disse. Ele afirmou que o trauma ainda afeta seu sono e pediu ajuda.