EDUCAÇÃO

Mais da metade dos alunos presenciais desistem de curso em Alagoas

Estado supera a média nacional de evasão no ensino superior, mostra levantamento
Por Adja Alvorável 13/09/2025 - 06:00
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© Tânia Rêgo/Agência Brasil
Relatório aponta avanço da educação a distância, mas alta desistência no presencial preocupa
Relatório aponta avanço da educação a distância, mas alta desistência no presencial preocupa

Mais da metade dos estudantes de cursos presenciais em Alagoas abandonam a graduação antes de concluí-la. A taxa de evasão acumulada no estado é de 54,1%, segundo a 15ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, divulgado pelo Instituto Semesp. Na rede privada, esse índice é ainda maior: 59,9%.

O cenário alagoano é mais grave do que a média nacional. Em 2023, a evasão em cursos presenciais no Brasil foi de 32,8%, chegando a 38,2% nas instituições privadas e 21,7% nas públicas. Na educação a distância (EAD), a taxa nacional ficou em 40,6%.

“O estudo desses dados permite acompanhar de perto as transformações do ensino superior e seus efeitos no mercado de trabalho e no desenvolvimento do país”, destaca o relatório.

Crescimento da EAD em Alagoas

O levantamento mostra que a rede privada do estado concentra 96% das matrículas em cursos a distância. No ensino presencial, a divisão é mais equilibrada, com 49,5% das matrículas na rede privada, cenário diferente da maioria dos estados, onde a predominância é privada.

Entre 2022 e 2023, as matrículas presenciais cresceram 0,3%, mas com queda de 2,2% na rede privada. Já na EAD, houve expansão de 15,6%, sendo 14,8% nas instituições privadas. Em 2023, 61,6% das novas matrículas no estado foram em cursos a distância.

No ano passado, 13,7 mil estudantes concluíram a graduação em Alagoas, dos quais 38% em cursos EAD. Nos cursos presenciais, o número de formados cresceu 2,7%, mas dentro da rede privada presencial houve queda de 15,6%. Já na EAD, o crescimento foi de 6%, com avanço de 7,6% nas instituições privadas.

Panorama nacional

Em todo o país, o total de matrículas no ensino superior cresceu 5,6% entre 2022 e 2023, impulsionado pela rede privada, que registrou alta de 7,3%. A participação das instituições privadas atingiu 79,3% das matrículas, reflexo da expansão da educação a distância.

A publicação também traz um capítulo especial sobre os cursos relacionados ao agrossistema, como agronegócio, biotecnologia e ciências ambientais. Esses cursos presenciais cresceram 26% em dez anos, na contramão da queda geral de 29,1% nas matrículas presenciais em outras áreas.


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