ENCONTRO
AL reúne pesquisadores e sociedade para debate sobre energias renováveis
Encontro ocorre no campus da UFAL em Delmiro Gouveia
Alagoas, único estado do Nordeste que ainda não tem usinas de energia renovável, está debatendo entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro formas de evitar falhas no processo de implantação de aerogeradores e painéis solares que resultem em danos socioambientais, com ocorre em em outros locais da região.
O encontro, intitulado “Transição Energética e os Impactos sobre a Natureza e os Territórios de Vida Comunitários no Sertão de Alagoas”, é realizado em Delmiro Gouveia, a 290 quilômetros de Maceió e a 40 quilômetros de Mata Grande, onde está em processo de licenciamento a primeira usina eólica do Estado.
Um dos coordenadores do evento, João Paulo Diogo, destaca a representatividade de diversos segmentos da sociedade no evento. “Ora a gente tem um debate acadêmico, ora da sociedade civil. Agora, pela primeira vez, conseguimos reunir representantes desses dois setores e ainda do poder público e das comunidades afetadas”, afirma o coordenador do Coletivo de Assessoria Cirandas.
Para a professora Ufal Francisca Maria Teixeira Vasconcelos, também da equipe de coordenação, além de reunir várias representações sociais, o evento é uma oportunidade de compreensão por parte das comunidades sertanejas dos impactos ambientais, sociais e culturais decorrentes da implantação dos empreendimentos eólicos e solar na região. “Entendo ainda que todas essas questões precisam perpassar pela natureza como sujeito de direito e também sobre os direitos das comunidades, principalmente no que se refere aos contratos de arrendamento”, diz a pesquisadora.
Articuladora social em Mata Grande, onde está em fase de licenciamento da primeira usina eólica de Alagoas, Maria Ângela Nascimento dos Santos, explica que muitos moradores da zona rural não têm conhecimento dos impactos. “Que as energias renováveis são boas para o meio ambiente todo mundo sabe, mas o que está ficando para o povo do Nordeste é ruim”, resume Ângela.