O influenciador alagoano Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, voltou a causar polêmica nas redes sociais após ser citado em reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 5, por envolvimento em um suposto esquema de apostas ilegais. Com mais de 1,3 milhão de seguidores no Instagram, o ex-policial militar aproveitou a repercussão para transformar o escândalo em vitrine de autopromoção e publicidade.

Nos stories publicados no mesmo dia da exibição da matéria, Ferreti usou um tom religioso e apelativo, dizendo: “A verdade Deus sabe”, enquanto segurava uma cruz. Em seguida, pediu aos “milhares de seguidores novos” que não deixassem seu perfil: “Não saiam do meu perfil, me sigam, não vão se arrepender”, declarou. 

Entre os anúncios divulgados, o influenciador promoveu plataformas que prometem “ensinar a ganhar em dólar pela internet” e até “se tornar celebridade sem gastar quase nada”. Em outro vídeo, Ferreti afirmou ter uma “saída financeira para o brasileiro que ganha menos de R$ 3 mil por mês”, mostrando supostos comprovantes de comissões recebidas em moeda estrangeira.

Ex-policial militar, Ferreti foi expulso da corporação em 2023 após divulgar um vídeo filmando o próprio voto nas eleições de 2022 — conduta considerada violação de decoro e honra institucional pelo Conselho de Disciplina da PM de Alagoas. 

Em abril de 2024, ele foi condenado a 10 anos de prisão por estupro contra uma enfermeira de 28 anos, ocorrido em Maceió, em junho de 2024. Apesar da condenação, o Tribunal de Justiça de Alagoas revogou sua prisão em agosto de 2025, permitindo que respondesse em liberdade mediante o pagamento de R$ 50 mil por danos psicológicos à vítima.

Ferreti também é alvo da Operação Trapaça, do Ministério Público de Alagoas, que apresentou denúncia em 9 de dezembro de 2025. Ele foi apontado como líder de uma organização criminosa envolvida em fraudes, exploração de jogos on-line, lavagem de dinheiro e manipulação de rifas. Ferreti e o sócio Igor Campioni chegaram a ser presos, mas a Justiça substituiu a prisão por medidas cautelares.

Apesar das acusações, Ferreti mantém presença ativa nas redes sociais. Em vídeo publicado no sábado, 4, antes da matéria da Globo, apareceu chorando e afirmou estar sendo vítima de “perseguição da imprensa”: “Nenhuma mídia vai apagar meu brilho, a vontade e sede que tenho de trabalhar”, disse.