A Justiça de Alagoas aceitou a denúncia do Ministério Público contra os donos da clínica de reabilitação onde morreu a esteticista Cláudia Pollyane Faria de Santa’Anna, de 41 anos, em Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió. O caso, registrado em agosto, ganhou grande repercussão após familiares denunciarem irregularidades no funcionamento do local e sinais de violência no corpo da vítima.

Foram denunciados Maurício Anchieta de Souza e Jéssica da Conceição Vilela, proprietários do centro de reabilitação para dependentes químicos. Eles vão responder pelos crimes de tortura, estupro e exercício ilegal da medicina. Jéssica, presa em flagrante à época, também foi denunciada por omissão, enquanto Maurício foi preso 13 dias após a morte da esteticista.

Na decisão, o juiz determinou que os réus sejam citados para apresentar defesa por escrito em até dez dias, podendo juntar documentos e indicar testemunhas. Caso não apresentem advogado, a Defensoria Pública atuará na representação. Também foi solicitada a expedição de certidões de antecedentes criminais dos acusados.

O caso

Cláudia Pollyane morreu na sexta-feira, 9 de agosto, dentro da clínica de reabilitação. Segundo familiares, o corpo apresentava hematomas e sinais de agressão, como olho roxo, o que motivou o registro de boletim de ocorrência.

O proprietário da clínica afirmou à polícia que a vítima havia sofrido um surto de abstinência, sido medicada e dormido, mas foi encontrada sem vida na manhã seguinte. Um médico da UPA de Marechal Deodoro, no entanto, informou à família que ela já estava morta havia pelo menos quatro horas antes do atendimento.

Durante as investigações, uma adolescente de 16 anos, também internada na clínica, foi resgatada e relatou ter sido vítima de abusos sexuais praticados por Maurício. Após a constatação das irregularidades e denúncias, o local foi interditado pelas autoridades.