MARECHAL DEODORO

Clínica cobrava até R$ 2 mil de pacientes e mantinha "quarto da tortura"

Delegada aponta que vítimas ficavam internadas em condições degradantes
Por Redação 25/08/2025 - 21:00
A- A+
Reprodução/TV Gazeta
Clínica em Marechal Deodoro foi interditada após denúncias de maus-tratos
Clínica em Marechal Deodoro foi interditada após denúncias de maus-tratos

As investigações sobre a clínica de reabilitação em Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, onde morreu a esteticista Cláudia Pollyanne, revelaram que pacientes chegaram a pagar até R$ 2 mil por tratamentos em condições consideradas degradantes. A informação foi confirmada pela delegada Ana Luiza Nogueira, em entrevista à TV Pajuçara/Record, nesta segunda-feira, 25.

Segundo a delegada, a clínica deveria funcionar como entidade filantrópica, sem cobrança por internações. No entanto, familiares das vítimas relataram pagamentos que variavam de R$ 1.800 a R$ 2 mil para manter pacientes no local. "Nós constatamos uma série de irregularidades nessa clínica terapêutica. Para ser terapêutica, ela deveria ser filantrópica, ou seja, ela não poderia cobrar pela internação", afirmou.

Durante a operação de interdição, também foi descoberto um cômodo chamado de "quarto da tortura" pelos internos. De acordo com a delegada, a parede do espaço apresentava manchas, possivelmente de sangue. "De acordo com informações prestadas, também havia o cometimento de crimes de violência física, de violência psicológica e até de crime de estupro [no quarto da tortura]", disse Ana Luiza.

A clínica foi interditada. As investigações seguem em andamento para apurar as circunstâncias da morte de Cláudia Pollyanne, encontrada com hematomas pelo corpo no dia 9 de agosto, além de verificar os relatos de abusos sofridos por outros pacientes.


Encontrou algum erro? Entre em contato