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Jovens protagonizam Teste Público de Segurança das Urnas em 2025
Quase metade dos investigadores tem entre 18 e 25 anos
O Teste Público de Segurança dos Sistemas Eleitorais, conhecido como Teste da Urna 2025, realizado nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília, tem a forte presença de jovens entre seus principais destaques. A oitava edição do evento reúne 27 investigadoras e investigadores — individualmente ou em grupo — dos quais 12 têm entre 18 e 25 anos, evidenciando o crescente interesse de estudantes e recém-formados pela segurança do processo eleitoral brasileiro.
Entre os participantes está Ricardo Calderam Zanandrea, de 18 anos, aluno do quinto semestre de Ciência da Computação na Atitus Educação, em Passo Fundo (RS). Em sua primeira participação, ele descreve a experiência como uma honra e ressalta a robustez da tecnologia eleitoral. “É muito interessante ver como o sistema realmente funciona. Mesmo com acesso ao código-fonte e ao ambiente controlado, é difícil encontrar brechas. A urna é segura, muito segura. Não existe sistema 100% inviolável, mas esse é altamente confiável”, afirma.
A aproximação das universidades com o tema também tem ampliado a participação jovem no Teste da Urna. Muitos estudantes chegam ao evento por meio de projetos de iniciação científica e grupos acadêmicos dedicados à área de cibersegurança. É o caso de Carolina Borzino Rocha, de 20 anos, aluna de Engenharia Elétrica da USP, que integra uma das equipes técnicas. Ela participa através de um projeto de pesquisa sobre segurança das urnas. “Há muitos jovens aqui, tanto na equipe técnica quanto entre os investigadores individuais. Esse interesse é essencial para fortalecer a segurança do processo eleitoral”, destaca.
A curiosidade e o enfrentamento à desinformação também impulsionam a presença dessa nova geração. Para Maria Eduarda Ferreira, de 20 anos, estudante de Sistemas de Informação da USP, o interesse nasce do desejo de compreender um sistema frequentemente alvo de ataques infundados. “Tem muita notícia falsa sobre as urnas. O jovem é curioso, quer ver de perto, e a fama de que o sistema é muito seguro também desperta essa vontade de testar e entender”, afirma.
O evento também funciona como porta de entrada para carreiras em alta no mercado tecnológico, especialmente na área de cibersegurança. João Pedro Ataliba Galvão, de 22 anos, de São José dos Campos (SP), participa pela primeira vez acompanhado de dois colegas já formados. O grupo testa dois planos distintos. “Esta experiência vale muito para o aprimoramento profissional. Aqui a gente interage com pessoas de diferentes áreas, ganha maturidade e descobre se segurança da informação é mesmo o caminho. No meu caso, é o que eu quero, embora hoje eu trabalhe com redes”, comenta.
A participação crescente dos jovens também reflete o incentivo institucional. Faculdades de Tecnologia têm organizado equipes oficiais para participar do Teste da Urna. O professor Marcos Roberto dos Santos, da Atitus Educação, levou seis alunos e dois docentes ao evento, marcando a terceira participação da instituição. Ele explica que a atividade é muito mais que tentar “hackear” um sistema: exige análise minuciosa, etapas técnicas e compreensão profunda dos mecanismos de segurança. “Participar de um evento oficial que permite testar um sistema real e tão seguro é uma experiência única. Os alunos conseguem aplicar, na prática, o que aprendem nos laboratórios”, afirma.
O Teste da Urna 2025 tem se consolidado como um ambiente de formação técnica e cidadã. Para os jovens, significa conhecer de perto a tecnologia que sustenta as eleições e contribuir para o fortalecimento da confiança pública no sistema. Como resume Maria Eduarda: “É muito importante termos esse Teste, porque auxilia a Justiça Eleitoral a manter a urna segura. Caso os investigadores encontrem alguma coisa, a falha será corrigida. O Teste aproxima a população dessa segurança. A urna é segura, não é mentira. É uma nova geração que está comprometida”.



