TRATAMENTO
SUS enfrenta ameaça de ficar sem insulina para diabéticos
Brasil tem 16,8 milhões de diabéticos adultos de 20 a 79 anos
A iminente falta de insulina no SUS estimulou a formação da Frente Parlamentar Mista para a Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Diabetes na Câmara Federal. A iniciativa foi lançada oficialmente na semana passada. Além dos parlamentares, o grupo conta com apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
“Apesar de sermos o quinto país com maior incidência de diabetes no mundo e termos potencial para produzir insulina localmente, o processo é muito burocrático tanto para os médicos quanto para os pacientes que dependem do SUS para a obtenção do medicamento. A falta de tratamento adequado pode desencadear outras doenças, resultando em mais consultas médicas e internações, que acabam onerando o sistema de saúde”, explica o Dr. Levimar Araújo, presidente da entidade.
Atualmente, o Brasil tem 16,8 milhões de diabéticos adultos de 20 a 79 anos, ficando atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. De acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF) , a estimativa é de que, até 2030, a condição comprometa a saúde de 21,5 milhões de pessoas.
A falta de insulina poderia ser revertida com uma política efetiva de Estado que envolveria o incremento da produção nacional, planejamento das compras e do gasto do dinheiro e um melhor monitoramento dos estoques, de acordo com o médico sanitarista Walter Cintra, professor da Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo) da FGV, membro do FGVsaúde, em entrevista para a Folha de S.Paulo.
Segundo o especialista, é preciso ter uma política de Estado e não de governo, em relação aos fabricantes e distribuidores de medicamentos e outros insumos para a saúde a fim de garantir uma soberania sobre a cadeia de produção.
Quem lidera a venda de insulina?
A dinamarquesa Novo Nordisk lidera a comercialização de insulina para o varejo farmacêutico nacional, de acordo com a IQVIA. Ela é seguida de perto por Sanofi e Eli Lilly. Juntas, as três companhias respondem por cerca de 80% da produção no país. Os outros 20% estão basicamente concentrados na Aspen Pharma, na Biomm e na EMS.