PRISÃO

PCC enviou R$ 1,2 bi ao exterior em esquema com criptomoedas

A segunda fase da Operação Sharks cumpriu 22 mandados de busca e apreensão
Por Estadão Conteúdo 14/09/2023 - 14:01

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Criptomoedas
Criptomoedas

Uma operação do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Militar prendeu na terça-feira, 12, dois operadores financeiros suspeitos de lavar R$ 100 milhões por ano para a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Os suspeitos mantinham contas virtuais e faziam operações com criptomoedas, dificultando o rastreio. A quadrilha já enviou ao exterior R$ 1,2 bilhão, segundo o MP. Um dos suspeitos tinha relógios avaliados em R$ 2 milhões.

A segunda fase da Operação Sharks (tubarões, em inglês) cumpriu 22 mandados de busca e apreensão na capital paulista e na Baixada Santista e outros dois na Bahia. Segundo o procurador-geral de Justiça Mario Sarrubbo, nas buscas foram apreendidas armas, munições, relógios, celulares, notebooks, pen drives e documentação, além de cerca de R$ 100 mil em moeda nacional, dólares, euros e pesos argentinos.

"O interesse das investigações é por contas bancárias, cartões e escriturações de imóveis", disse Sarrubbo, em entrevista coletiva. Segundo o MP, os operadores presos se reportavam diretamente a dois dos principais líderes do PCC, Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, e Odair Mazzi, o Dezinho.

Dezinho foi preso em julho e Tuta é considerado foragido. "Estamos atacando o patrimônio deles. Com os mandados cumpridos, verificaremos a questão do sequestro de imóveis e bens de luxo, como joias e relógios", disse o promotor Lincoln Gakiya, que atua na repressão ao PCC.

MANSÃO


Um dos alvos de mandados de busca foi a casa de Dezinho, uma mansão de 600 m² em Alphaville, Barueri, avaliada em R$ 4 milhões. Ele foi preso em um condomínio de luxo na Praia dos Carneiros, em Pernambuco. A mulher dele é dona de uma clínica de estética que, segundo declarou, fatura R$ 100 mil por mês.

Segundo a investigação, os operadores usavam criptomoedas e contas em bancos digitais para dificultar a identificação dos caminhos percorridos pelo dinheiro. A ação foi um desdobramento da Operação Sharks que, em 2020, mirou o tráfico internacional de cocaína pelo Porto de Santos, na Baixada Santista. Na época, a investigação apontou que Dezinho atuava no setor financeiro do PCC e lavava dinheiro utilizando as contas bancárias de laranjas e as empresas fantasmas.


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