POLÍTICA
Congresso aprova reajuste de 9% para militares das Forças Armadas
Governo alega limite orçamentário; impacto será de R$ 8,3 bilhões até 2026
O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira, 16, a medida provisória que reajusta em 9% o soldo dos militares das Forças Armadas. O aumento salarial vale para integrantes da ativa, da reserva e também para pensionistas.
A medida, já aprovada pela Câmara na semana anterior, havia sido editada pelo governo em março e precisava ser votada antes de perder a validade, em agosto.
Segundo o Palácio do Planalto, o reajuste terá impacto de R$ 3 bilhões em 2025 e R$ 5,3 bilhões em 2026, totalizando R$ 8,3 bilhões nos dois anos. A estimativa é que 740 mil pessoas sejam beneficiadas.
Parte do aumento já está em vigor desde abril deste ano. A segunda parte, correspondente a 4,5%, será aplicada a partir de quinta-feira, 1º de janeiro de 2026, caso a medida seja convertida definitivamente em lei.
O que muda
O reajuste incide apenas sobre o soldo, que é a base do salário militar. Outros benefícios, como adicionais e gratificações, continuam compondo a remuneração final.
Com a mudança, o menor soldo das Forças Armadas subirá de R$ 1.078 para R$ 1.177. Já os salários das patentes mais altas passarão de R$ 13.471 para R$ 14.711.
De acordo com o governo, o aumento segue o mesmo percentual concedido a outros servidores públicos e busca corrigir perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos.
Reivindicação maior
Apesar da aprovação, o índice ficou abaixo do que era pleiteado por representantes militares. Durante as negociações com o Executivo, chegou a ser sugerido um reajuste de 18%.
O relator da medida provisória, deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), afirmou ao g1 que tentou negociar um percentual maior com o Ministério da Defesa e com a equipe econômica do governo, mas que a limitação orçamentária impediu avanços.
“Não dá. Eu queria muito, mas não dá. O orçamento não comporta. Tentei várias hipóteses, reajustes mais escalonados, mas não dá”, declarou o parlamentar.
Mesmo discordando do percentual aprovado, Pazuello ressaltou em seu parecer que não havia margem legal para alterar os valores definidos pela Presidência da República.