ALAGOAS

Médico informa que Alagoas tem 24 casos suspeitos de reinfecção por coronavírus

Presidente do Sinmed afirma ter se infectado duas vezes pelo vírus da Covid-19
Por Tamara Albuquerque com BBC News 23/12/2020 - 06:50
Atualização: 23/12/2020 - 07:18

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Reprodução/YouTube
Marcos Holanda: 24 casos de reinfecção em investigação no estado
Marcos Holanda: 24 casos de reinfecção em investigação no estado

O Ministério da Saúde reconhece, até agora, dois casos de reinfecção pelo coronavírus até a última segunda-feira, 21, e pelo menos 58 casos suspeitos em análise. Alagoas também investiga a possibilidade desses casos, segundo informação do presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed) Marcos Holanda, que afirma também ter se infectado duas vezes.

O médico afirmou em entrevista que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) investiga 24 casos suspeitos de reinfecção em Maceió e nos municípios de São Miguel dos Campos, União dos Palmares, São Miguel dos Milagres, Maragogi e Junqueiro. A Sesau não confirma a informação.

Marcos Holanda afirma que foi infectado pelo novo coronavírus nos meses de abril e dezembro e que a segunda infecção apresentou sintomas mais fortes que o levaram a ser internado por uma semana com comprometimento dos pulmões.

"Após oito meses da primeira vez que me infectei, tive novamente a Covid e acabei internado. Foi até mais forte do que a primeira vez. A gente fica sabendo de alguns casos de reinfecção, situação que já está acontecendo em Alagoas", afirma Marcos Holanda em entrevista a repórter Regina Carvalho, do Portal Gazetaweb.

O Ministério da Saúde define como reinfecção a situação de uma pessoa que recebeu positivo em um teste do tipo PCR para coronavírus e, 90 dias depois ou mais, novamente testou positivo — e, além disso, o sequenciamento do genoma das amostras apresentou duas cepas virais diferentes. 

O novo coronavírus tem passado por quase duas mutações por mês, e estas geram subgrupos de vírus, as cepas. Por isso o sequenciamento genético é tão importante para provar uma reinfecção: ele demonstra que se trata de duas infecções diferentes, e não do "ressurgimento" ou fortalecimento do mesmo agente infeccioso em um primeiro adoecimento.

Por enquanto, os poucos dados existentes a nível mundial mostram que a reinfecção é rara. A agência de notícias holandesa BNO News está reunindo e publicando diariamente dados globais sobre isso —até segunda-feira (21), a plataforma Covid-19 Reinfection Tracker registrava 30 casos confirmados de reinfecção no mundo e 2.049 sob suspeita. 

Dos 30 casos confirmados, o intervalo médio entre a primeira e a segunda infecção foi de 80 dias. Um deles resultou em morte. O primeiro caso confirmado no mundo, em agosto, foi o de um morador de Hong Kong de 33 anos. Ele teve covid-19 primeiro em março, e depois em agosto —foram 142 dias de intervalo. 

Já no Brasil, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de reinfecção em 10 de dezembro. Uma profissional de saúde de 37 anos, moradora de Natal (RN), teve sintomas leves e PCR positivo em junho e outubro. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN, ela passa bem. Depois, foi confirmado um segundo caso no país, de uma auxiliar de enfermagem de Fernandópolis (SP) de 41 anos. Ela teve sintomas em ambas infecções e, segundo o secretário de saúde do município, Ivan Veronesi, passa bem. 

Vários municípios e Estados estão divulgando episódios de reinfecção que não foram computados ainda pelo ministério —que só o faz após a análise por seus laboratórios nacionais de referência, conforme fez para os casos de Natal e Fernandópolis. 


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