ALTA DEMANDA
Índia vai atrasar entrega de vacinas ao Brasil
O Instituto Serum, da Índia, avisou ao Brasil, Arábia Saudita e Marrocos que vai atrasar o envio de vacinas contra a covid-19. A fabricante, que produz o imunizante Oxford, justificou o atraso com o aumento da demanda de imunização dos indianos. O Brasil recebeu 4 milhões de doses compradas no Serum, Arábia Saudita, 3 milhões e Marrocos, 7 milhões, de acordo com o Itamaraty.
De acordo com resposta da Fiocruz, produtora da Oxford no Brasil, ao R7, a Fundação foi comunicada sobre o atraso da importação no começo de março.
"A negociação com a AstraZeneca e o Instituto Serum inclui a aquisição de um total de dez milhões de vacinas importadas. Dois milhões de vacinas foram entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI/MS), no dia 24 de janeiro. Os oito milhões de doses restantes será importado nos próximos meses, em cronograma ainda a confirmar. A Fundação foi informada, por meio de uma carta em 4 de março sobre o atraso na importação das remessas das vacinas prontas", respondeu a assessoria de imprensa da Fiocruz.
A notícia chega no momento em que a Índia, maior fabricante mundial de vacinas, está sendo criticada internamente por doar ou vender mais doses do que imunizantes aplicados internamente. Mesmo sendo o terceiro país em número de infecções por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil.
Atualmente, a Índia passa por uma segunda onda de casos e já chega a cerca de 11,6 milhões de infectados.
O anúncio do atraso na entrega foi publicado pelo jornal Times of India, neste domingo (21). A notícia veio à tona dias após o Reino Unido afirmar que teria de diminuir o ritmo da aplicação de vacinas, já que Instituto Serum entregaria mais doses com atraso. Os indianos vão produzir metade das 10 milhões de vacinas encomendadas pela Grã-Bretanha.
O Instituto Serum, maior fabricante de imunizantes do mundo, não quis comentar sobre os atrasos.