DESCARTADO
Novo estudo reforça ineficácia da ivermectina em casos de Covid-19
Antiparasitário é descartado como possibilidade de tratamento para casos leves e moderados da doença
Por R7 com agências internacionais
21/10/2022 - 09:30
DIVULGAÇÃO/MERCK SHARP & DOHME
Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos publicou, nesta sexta-feira (20), um artigo no Jama (Jornal da Associação Médica Americana) em que, mais uma vez, o antiparasitário ivermectina é descartado como possibilidade de tratamento para casos leves e moderados de Covid-19.
No primeiro critério, verificou-se que o tempo médio de recuperação dos pacientes foi praticamente o mesmo: 12 dias no grupo ivermectina e 13 dias no grupo placebo. A taxa de hospitalização foi baixa e ficou em 1,2% dos pacientes em ambos os grupos.
"O resultado secundário composto de consultas de urgência ou emergência, hospitalizações ou morte foi semelhante para ivermectina (3,9%) em comparação com placebo (3,6%)", descrevem os autores. Ao fim, os pesquisadores ressaltam que "esses achados não suportam o uso de ivermectina em pacientes com Covid-19 leve a moderada".
Nenhum estudo respeitado até hoje apresentou resultados que validem a eficácia da ivermectina contra a Covid-19.
Recentemente, uma fake news circulou nas redes sociais alegando que o NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos) indicava o medicamento. O órgão, todavia, sublinha que a ivermectina pode ser usada somente em ensaios clínicos, e que ensaios clínicos randomizados publicados nos últimos dois anos “mostraram que o uso da ivermectina para o tratamento da Covid-19 não teve benefício clínico”.
No Brasil, as vendas de ivermectina dispararam no primeiro ano da pandemia, apesar de entidades médicas recomendando que a droga não fosse utilizada como tratamento nem como prevenção. Houve, inclusive, casos de transplante de fígado em indivíduos que tiveram falência hepática pelo uso indiscriminado do medicamento.