NOVA ONDA
Casos de covid-19 grave sobem em Alagoas e deixam especialistas em alerta
Maioria dos infectados são idosos acima de 60 anos em 15 estados com alta da doença
Novo boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quarta-feira (23) mostrou que 15 estados registraram um aumento de casos graves de Covid-19, entre os quais Alagoas. O levantamento tem base nas últimas seis semanas (tendência de longo prazo). Na semana passada, esses casos estavam registrados em 12 de estados. O crescimento no número de infectados pelo vírus também atingiu 17 capitais brasileiras e já apareceu em todas as regiões do País, deixando especialistas em alerta.
O boletim também mostra crescimento nas tendências de curto (últimas três semanas) prazo ), esse indício está mais presente nas faixas etárias da população adulta. Isso significa que a maioria dos infectados são adultos e dentro da faixa etária acima dos 60 anos. Entre todos os diagnósticos de doenças respiratórias, o coronavírus corresponde a 61% dos resultados positivos nas últimas quatro semanas - no último boletim da Fiocruz, da semana passada, essa porcentagem era de 47%.
No Amazonas, o cenário epidemiológico está estável e em patamares considerados baixos, de acordo com a Fiocruz. O estado foi um dos primeiros a registrar um crescimento de casos positivos de Covid-19, ainda no final de outubro. A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 21 de novembro.
Além de Alagoas, os estados que registraram crescimento nos casos de Covid-19, de acordo com o boletim da Fiocruz foram Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Maceió também aparece entre as capitais com alta de casos de covid-19.
Na maioria das capitais que apresentam alguma consistência no crescimento, tal se concentra predominantemente em crianças. As exceções são João Pessoa, Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos. Tais sinais estão possivelmente associados ao aumento nos casos de SRAG positivos para Covid-19 identificados nos estados correspondentes.
Confira as capitais que registraram crescimento nos casos de Covid-19: Aracaju (SE), Belém (PA), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), , Natal (RN), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).
O pesquisador Marcelo Gomes reforça a importância da combinação de vacinação e uso de máscaras como ações de proteção. O coordenador do InfoGripe orienta que a população confira quantas doses já foram recomendadas para o seu perfil, levando em conta a faixa etária e as condições de saúde, para que esse novo ciclo seja enfrentado com o maior nível de proteção possível.
Testes
Entre os dias 5 a 11 de novembro, a porcentagem de exames positivos para Covid feitos na rede privada foi de 39,9%, segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Na semana anterior (de 29 de outubro a 4 de novembro), esse número era de 23,1%.
Também houve aumento no número de exames realizados: de 18.510 para 54.380 no mesmo período, uma elevação de 194%. Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) apontaram que, na última semana de outubro, os testes de farmácia para Covid-19 voltaram a apresentar taxas de positividade de 20,75%.
No consolidado do último mês, outubro terminou com 7.986 testes positivos – 13,26% do total e 44% acima dos indicadores de setembro.
Vacinas bivalentes
Nesta quarta-feira a Pfizer anunciou que as vacinas bivalentes, atualizadas contra as novas variantes do coronavírus, devem chegar ao País nas "próximas semanas". O contrato prevê a entrega de duas vacinas adaptadas às variantes Ômicron BA.1 e BA.4/BA.5, que estão em alta circulação no momento, para uso emergencial como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade.
Até o momento, não foi divulgado o número de doses compradas pelo Ministério da Saúde à Pfizer. Procurada, a pasta disse ao Estadão que a estratégia de imunização e os grupos que serão priorizados para tomar a dose de reforço da nova vacina estão em processo de definição pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). "As orientações para a aplicação da vacina e o cronograma de distribuição serão formalizados em nota técnica aos Estados nos próximos dias", disse o ministério em nota.