Ziraldo, desenhista, escritor e jornalista, faleceu aos 91 anos em sua residência no bairro da Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, neste sábado (6). O criador de personagens icônicos como "O Menino Maluquinho" e "Turma do Pererê" partiu enquanto dormia por volta das 15h, conforme anunciado pela família.

Reconhecido por sua contribuição à cultura brasileira, Ziraldo foi um dos fundadores do jornal "O Pasquim" nos anos 1960, veículo que se destacou por sua oposição à ditadura militar vigente no país na época.

Sua carreira teve início na década de 1950, colaborando com a revista "Era uma vez..." e posteriormente com "A Folha de Minas". Em 1957, graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais e começou a deixar sua marca nas páginas das revistas "A Cigarra" e "O Cruzeiro".

Casado com Vilma Gontijo desde 1958, Ziraldo teve três filhos: Daniela, Fabrizia e Antônio. Durante os anos seguintes, ele expandiu seu talento para o jornalismo, trabalhando também para o "Jornal do Brasil", onde publicava charges políticas e cartuns, criando personagens como Jeremias, o Bom, Supermãe e Mineirinho.

Em sua jornada, Ziraldo realizou seu sonho de infância ao se tornar autor de histórias em quadrinhos, criando a "Turma do Pererê", composta por um pequeno índio e diversos animais do folclore brasileiro. No entanto, a revista foi encerrada em 1964 com o início do regime militar.

Em 1969, ele lançou seu primeiro livro infantil, "Flicts", e, a partir de 1979, dedicou-se exclusivamente à literatura para crianças. Seu maior sucesso, "O Menino Maluquinho", publicado em 1980, é considerado um dos maiores fenômenos editoriais do Brasil.

Além de sua contribuição artística, Ziraldo deixou um legado de resistência e luta pela democracia, enfrentando a censura e o autoritarismo durante os anos sombrios da ditadura militar brasileira.