EPIDEMIA

Aldeia de Serra Leoa perde 10% da população para o ebola

Por 04/11/2014 - 11:07

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A quatro horas de viagem ao norte de Freetown, a capital de Serra Leoa, a aldeia de Kigbal se transformou no epicentro de um novo surto de ebola no país.

 

Segundo autoridades de saúde locais, 30 pessoas morreram vítimas do vírus nos últimos dias em Kigbal. Isso equivale a 10% da população da aldeia.

 

A reportagem chega ao vilarejo por uma estrada de asfalto perfeito, que divide Kigbal ao meio. No lado direito, 30 crianças estão de pé, aglomerando-se à sombra de uma árvore.

 

"Viemos para este lado para ficar mais seguros", diz Mabinti Kamara, de 14 anos.

 

"Um monte de gente morreu ali. Eles levaram meu pai. Não sei o que aconteceu com ele", diz a menina.

 

Perguntamos às crianças se algum deles perdeu parentes para o ebola. Em silêncio, quase todas levantam as duas mãos. Várias parecem febris.

 

'Corpos em toda parte'

 

É fácil entender por que as crianças foram para o outro lado da rua. Do lado oposto estão uma mulher e uma criança, praticamente ocultas pela sombra de uma árvore.

 

"Minha cabeça está girando", diz Adamsay Kamara, com a voz fraca, ao ver que atravessamos a rua para ficar perto dela.

 

"Ela está com ebola, não podemos chegar perto", avisa Alimamy Baymaro Lamina II, líder tribal em Kigbal.

 

Horas antes, o líder explica, uma equipe funerária tinha vindo à aldeia coletar corpos caídos na entrada dos casebres.

 

"Os corpos estavam em toda parte. Todos naquelas casas estão mortos".

 

Alguns metros adiante, um idoso está de pé fora de sua casa, gritando para chamar nossa atenção.

 

"Por favor, curem ela", diz Momo Sessey, apontando para sua mulher, Fatu Kanu, deitada num banco de mandeira. Ela está tossindo.

 

"Estou com medo dela e não quero tocá-la. Por favor, levem-na para o hospital".

 

Damos a ele alguns pares de luvas de borracha e o aconselhamos a dar água para a mulher.

 

"Quente ou fria", Sessey pergunta.

 

Frustração

 

Alguns metros adiante, um idoso está de pé fora de sua casa, gritando para chamar nossa atenção.

 

"Por favor, curem ela", diz Momo Sessey, apontando para sua mulher, Fatu Kanu, deitada num banco de mandeira. Ela está tossindo.

 

"Estou com medo dela e não quero tocá-la. Por favor, levem-na para o hospital".

 

Damos a ele alguns pares de luvas de borracha e o aconselhamos a dar água para a mulher.

 

"Quente ou fria", Sessey pergunta.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: BBC


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