ECONOMIA

Bolsa da China cai 8,5%, maior queda desde 2007

Por 27/07/2015 - 11:10

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A bolsa de Xangai registrou nesta segunda-feira o maior tombo desde 2007, arrastando outros mercados asiáticos a também fecharem no vermelho. A queda ocorreu pelo temor de que o governo em Pequim esteja retirando medidas de apoio aos mercados locais, devido à tendência de queda nos preços das commodities e de novos dados fracos da indústria da China.

O índice Xangai Composto, o principal da China continental, caiu 8,5%, a 3.725 pontos, computando a maior queda porcentual desde 27 de fevereiro de 2007. O Shenzhen Composto fechou em baixa de 7%, a 2.160 pontos, e o ChiNext, que reúne empresas com pequeno valor de mercado, cedeu 7,4%, a 2.683 pontos.

Analistas atribuem à forte liquidação de hoje a preocupações de que o governo chinês esteja restringido suas compras de blue chips (as ações mais valiosas do mercado, geralmente vinculadas a empresas de grande porte) e possa estar testando se as bolsas do país têm condições de se manterem por conta própria.

"O apoio visto anteriormente com recursos do governo é, aparentemente, insustentável", comentou Jacky Zhang, analista da BOC International. "Eles podem retirar o apoio agora para testar se o mercado recuperou sua resistência. O governo quer usar fundos estatais para estabilizar o mercado, e não para impulsioná-lo de volta a 5.000 pontos da noite para o dia"

Recentemente, 21 corretoras prometeram ajudar a sustentar o Xangai, desde que o índice permanecesse abaixo de 4.500 pontos. Nas três últimas semanas, o maior mercado acionário chinês acumulou ganhos significativos. As corretoras estimam que um fundo de investimento estatal conhecido como China Securities Financial Corp. gastou centenas de bilhões de yuans para estabilizar o mercado.

Por outro lado, o forte tombo de hoje surpreendeu muito analistas, gerando especulação de que Pequim poderá tomar a iniciativa de adotar novas medidas de estímulo. "Tenho certeza de que veremos mais apoio estatal nos próximos dois dias", comentou Zhang.

O mau humor na Ásia também foi alimentado pela tendência de desvalorização das commodities. O cobre, por exemplo, voltou a valer o mesmo que há seis anos, enquanto o ouro opera nos menores níveis em 5 anos e o petróleo continua abaixo de 50 dólares por barril.

Outro favor negativo veio da indústria chinesa, cujo lucro registrou queda anual de 0,3% em junho, após avançar 2,6% em abril e 0,6% em maio, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas do país. Também continua preocupando a temporada fraca de balanços corporativos no exterior, em especial nos Estados Unidos.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng recuou 3,09%, a 24.351 pontos, enquanto no mercado taiwanês, o Taiex perdeu 2,41%, a 8.556 pontos, e em Seul, o sul-coreano Kospi caiu 0,35%, a 2.038 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana conseguiu fechar em alta, em meio à relativa estabilização dos preços do minério de ferro em torno de 50 dólares por tonelada nos últimos dias, após acumularem perdas de 30% desde o começo do ano. Na sexta-feira, o minério subiu 0,2%. O índice S&P/ASX 200, que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, avançou 0,4% a 5.589 pontos, sustentado por ações de mineradoras, como BHP Billiton (+1)% e Fortescue (+3%).

Fonte: Veja


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