ISRAEL X HAMAS

Guerra pode afetar, a longo prazo, a gasolina no Brasil

Baixa capacidade de refino do petróleo pode virar dor de cabeça para o país
Por Bruno Fernandes 22/10/2023 - 07:47

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A guerra entre Israel e Hamas fez o preço do petróleo subir em todo o mundo enquanto os mercados globais operavam com grande volatilidade. Embora o Brasil não tenha nenhuma relação direta com o conflito, a economia do país também poderia ser impactada justamente pela disparada da commodity. Embora a região composta por Israel e Palestina não sejam grandes produtoras de petróleo. 

Especialista ouvido pelo EXTRA explica que, no curto prazo, os impactos sobre o Brasil são menores, limitados às oscilações do dólar e da bolsa de valores. No entanto, caso a guerra se agrave ainda mais e persista por muito tempo, haveria impactos mais diretos por conta das travas na produção e distribuição do combustível. Atualmente, o preço médio da gasolina no Brasil é de R$ 5,80, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

Em Alagoas, o valor é de R$ 5,86 por litro. “O petróleo é uma variável que sofre influência de muita coisa. Então, a guerra do Hamas com Israel fica exatamente perto de alguns produtores de petróleo e isso sempre faz o preço oscilar, afetando o preço de tudo que é derivado”, explica Cícero Péricles, doutor em Economia pela Universidad de Córdoba. 

“No Brasil, por enquanto, é pouco provável que, em um curto prazo, esse conflito reverbere no preço do combustível para o motorista de aplicativo, por exemplo. Mas em médio ou longo prazo, a previsão é de aumentar o preço por conta da oferta e demanda que o Brasil poderá ter que enfrentar com outros países”, completa. Vale ressaltar que uma alta forte do petróleo tem como consequência direta a elevação do preço dos produtos derivados, como gasolina e diesel. 

Por sua vez, combustíveis mais caros afetam diretamente a inflação, já que são parte essencial de diversas cadeias produtivas e de distribuição. Por ora, no entanto, não há nenhum sinal de que o país se envolverá, mas o governo iraniano é um importante apoiador do grupo Hamas. Assim, no caso de a comunidade internacional impor sanções ao território palestino, o Irã poderá exercer sua influência junto aos demais países da OPEP para cortar a produção e elevar o preço do petróleo.

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