O Diretório Estadual do Partido Unidade Popular pelo Socialismo (UP) em Alagoas emitiu uma nota de repúdio à Lei Ordinária nº 7.638, aprovada pela Câmara Municipal de Maceió, que institui o "Dia Municipal em Memória das Vítimas do Comunismo". Segundo a UP, a lei é uma tentativa de promover uma agenda ideológica anticomunista "sem fundamento histórico ou factual".

De autoria do vereador Leonardo Dias (PL), a lei foi promulgada pelo presidente da Casa, Chico Filho (PL), e publicada no Diário Oficial do Município em 28 de fevereiro. Segundo o texto, a data será lembrada anualmente em 7 de novembro.

Em nota, a UP critica o uso de recursos públicos para financiar o que considera uma propaganda ideológica e classifica a lei como uma tentativa de intimidar parlamentares e movimentos sociais que lutam por justiça social e igualdade.

"Trata-se de uma proposta sem qualquer base histórica ou factual, que serve apenas como instrumento de propaganda ideológica anticomunista, financiada com recursos públicos", afirma a nota. "É inaceitável que o poder público seja utilizado para promover campanhas da extrema-direita, a mesma que tentou um golpe de Estado no dia 8 de janeiro e implantou uma ditadura militar em 1964".

O comunismo é uma ideologia política e econômica que propõe uma sociedade sem classes, onde os meios de produção são coletivos e a propriedade privada é abolida. O modelo foi teorizado por Karl Marx e Friedrich Engels e implementado em diferentes países ao longo do século XX, com variações na prática.

A lei permite que o município realize campanhas educativas para divulgar informações sobre as "crueldades" cometidas sob esses regimes. Segundo o texto da lei, o objetivo de promover a conscientização sobre os impactos históricos dos regimes comunistas.

A UP se posiciona contra a associação entre o socialismo e um "regime de morte", considerando essa relação uma "falácia grosseira" e defendendo que as lutas socialistas contribuíram para avanços sociais significativos. Além disso, a legenda destaca que os verdadeiros responsáveis pelas atrocidades durante a Segunda Guerra Mundial foram os nazistas de Hitler e seus aliados, e não o socialismo.

O partido também fez críticas à atuação do vereador que, segundo a nota, se limita a ataques ideológicos e ao fomento de um discurso de ódio, sem apresentar propostas concretas para a sociedade. "Sua atuação tem se limitado a ataques ideológicos e à promoção de um discurso de ódio que divide a população e desvia o foco dos reais problemas enfrentados pela classe trabalhadora", diz um trecho.