mineração
Inspeção verifica se houve avanço do afundamento do solo em Maceió
Análise poderá indicar necessidade ou não de ampliar o mapa das áreas críticas
O Comitê de Acompanhamento Técnico iniciou, nesta semana, mais uma campanha de monitoramento nas áreas próximas aos bairros atingidos pelo afundamento do solo em Maceió. As vistorias fazem parte de um cronograma semestral e têm como objetivo verificar se o fenômeno, causado pela atividade mineradora da Braskem, continua avançando e afetando novas residências fora do perímetro originalmente delimitado.
Até agora, mais de 200 imóveis foram inspecionados em seis diferentes Áreas de Trabalho (ATs), adjacentes ao chamado Mapa de Linhas de Ações Prioritárias, elaborado pela Defesa Civil de Maceió. Nessas visitas, os técnicos analisam trincas, rachaduras e outros danos estruturais para verificar se apresentam as mesmas características observadas nos bairros já impactados, como Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol.
“As informações coletadas em campo são cruzadas com os dados captados pelos equipamentos instalados em toda a região”, explica Hugo Carvalho, integrante do comitê. Após o fim das visitas, previsto para a próxima terça-feira, 3, será produzido um relatório técnico com imagens, análises e possíveis recomendações quanto à ampliação ou não do Mapa de Ações Prioritárias, o que orienta as providências adotadas pela Defesa Civil municipal.
O monitoramento não depende da ampliação do mapa para continuar acontecendo. Ele é mantido de forma permanente por meio de uma rede tecnológica avançada, que inclui 92 DGPSs (Sistema de Posicionamento Global Diferencial), 26 sismógrafos, 13 tiltímetros, 4 inclinômetros, além de piezômetros, pluviômetros locais e análise por satélite (Interferometria). Esses instrumentos acompanham em tempo real qualquer movimentação do solo em três dimensões.
De acordo com o coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, a eficácia dessas ferramentas já foi comprovada em ocasiões anteriores. “Foi esse sistema que detectou, por exemplo, a movimentação anormal na Mina 18, em 2023. Com a precisão dos dados, conseguimos agir rapidamente e evitar um agravamento da situação”, destacou.
O novo relatório será divulgado ao final do primeiro semestre de 2025, e as inspeções continuarão a ser realizadas regularmente, como parte do esforço de prevenção e segurança das famílias que ainda vivem nas regiões próximas às áreas afetadas.