RIO DE JANEIRO

Policiais e aposentados invadem Alerj em protesto contra governo Pezão

Por Folhapress 08/11/2016 - 16:13

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Policiais e aposentados invadem Alerj em protesto contra governo Pezão (Crédito: Divulgação)
Policiais e aposentados invadem Alerj em protesto contra governo Pezão (Crédito: Divulgação)

Servidores e aposentados do Estado do Rio ligados às áreas de segurança ocuparam na tarde desta terça-feira (8) o prédio da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) em protesto contra o pacote de medidas de ajuste fiscal proposto pelo governo do Estado.

O protesto foi organizado por associações de policiais civis, mas teve a presença também de policiais militares, categoria que devido o caráter militar é proibida de participar de manifestações.

Na segunda-feira (7), o comandante-geral da PM no Rio, coronel Wolney Dias, afirmou que os policiais de folga estariam liberados para participar do protesto, que começou no fim da manhã desta terça.

Servidores da segurança são contra as medidas propostas pelo governo. Entre as que encontram maior resistência no funcionalismo é a que eleva para 30% as alíquotas de contribuição com a Previdência, além do fim da gratificação por tempo de serviço.

Também está previsto no pacote o congelamento de reajustes de bombeiros e policiais militares até 2020.
Na sexta-feira (4), o presidente da Associação dos Bombeiros Militares do Rio (ABMERJ), Mesac Eflain, foi condenado a 30 dias de prisão administrativa por ter participado de manifestações da categoria e dado entrevistas a canais de televisão a respeito das condições de trabalho.

Sua prisão motivou protesto na frente do Quartel Central dos Bombeiros, na própria sexta.

INVASÃO

Centenas de policiais ativos e aposentados, militares, bombeiros e agentes penitenciários estiveram no protesto na porta da Alerj. Uma parte forçou os tapumes que estão localizados na entrada do Palácio Tiradentes, no centro do Rio, em razão de uma reforma.

Com a passagem desobstruída, um grupo conseguiu entrar no prédio e no plenário, onde deputados votavam projetos na pauta, que foi suspensa. Houve depredação de parte da sala da vice-presidência. Em nota, o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB) classificou a invasão como "afronta ao estado democrático de direito".

A previsão é de que Alerj vote o pacote de medidas proposto pelo Governo do Estado. Os deputados, contudo, estão desde segunda com as propostas em mãos para análise.

O Batalhão de Choque está no local e não há até o momento registro de prisões ou tumultos graves. O pacote anunciado na semana passada é tido pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) como a única forma de evitar o colapso fiscal do Rio.

As propostas foram criticadas na segunda pela Justiça e pelo Ministério Público, que a classificaram como inconstitucionais e até absurdas. Desde o fim de 2014 que o governo do Estado enfrenta dificuldades fiscais. Tem havido atraso no pagamento de salários.

Na parte de segurança, há a piora nos serviços prestados à população e também na condição de trabalho de policiais. Delegacias da Polícia Civil estão sofrendo com a falta de pessoal. A Polícia Militar também sofre com salários atrasados e o pagamento de horas extras.


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