POLÍTICA

PSB ameaça votar contra reforma da Previdência

Por Folha de São Paulo 09/03/2017 - 10:08

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Presidente do PSB, afirma que proposta do governo Temer tem caráter mercadológico - Foto: Bruno Polleti
Presidente do PSB, afirma que proposta do governo Temer tem caráter mercadológico - Foto: Bruno Polleti

O PSB, sexto maior partido da base de Michel Temer, com 35 deputados, ameaça fechar posição contrária aos pilares da reforma da Previdência.

Se confirmado, será o segundo partido da base a declarar a dissidência. O Solidariedade, do deputado e sindicalista Paulinho da Força, já faz isso há algum tempo.

O PSB comanda o Ministério de Minas e Energia.

"Um partido socialista não pode se dar ao luxo de trair as pessoas que ele pretende representar", diz o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

"Se um partido socialista não defender os interesses das pessoas mais vulneráveis, o que ele está fazendo no cenário político nacional?"

Para ele, a proposta de Temer tem forte caráter mercadológico. "Nosso problema não é governo, nem cargo, o nosso problema é não trair os nossos ideais", diz Siqueira.

Ele critica especialmente regras mais rígidas para trabalhadores rurais, deficientes e pessoas mais miseráveis.

O secretário-geral do partido, o ex-governador Renato Casagrande (ES), vai na mesma linha. "A proposta pune muito o trabalhador. Não estamos preocupados com governo, mas com nossa história."

O PSB realizará debate nesta quinta (9) e uma consulta aos filiados, via internet, na terça. Depois, reúne a Executiva para definir uma posição.

RENAN

No Senado, um dos primeiros aliados a se manifestar contra a reforma foi Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, partido de Temer.

"Essa proposta que foi mandada para o Congresso parece bastante exagerada. Mas o Congresso, não tenha nenhuma dúvida, vai fazer a sua parte", disse Renan em um vídeo que publicou nas redes sociais. Nesta quarta-feira (8), voltou à carga: "Aposentar aos 69 no Nordeste? Isso é demonstração do desconhecimento da realidade".

O líder do DEM na Casa, senador Ronaldo Caiado (GO), também criticou a reforma.


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