ELEIÇÕES 2018

Quinze candidatos alagoanos terminam campanha no vermelho

Por Tâmara Albuquerque com Agência Tatu 28/11/2018 - 09:20

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Renan Filho terminou a eleição negativado - Foto: Bruno Fernandes
Renan Filho terminou a eleição negativado - Foto: Bruno Fernandes

Dados do Tribunal Superior Eleitoral apontam que 911 candidatos, de todas as unidades da federação, gastaram mais do que a receita obtida durante a campanha e deixaram dívidas que, somadas, chegam a R$ 98,74 milhões.

Com exceção de Roraima, onde nenhum pleiteante ao governo estadual terminou a campanha no vermelho, em todos os outros estados os candidatos a governador foram os que finalizaram a campanha mais endividados, seguidos pelas candidaturas à Câmara dos Deputados e ao Senado, respectivamente, segundo levantamento da Agência Tatu de notícias.

Em Alagoas, 15 candidatos ultrapassaram a receita arrecadada e terminaram a campanha no vermelho. Os três maiores endividados são o governador reeleito Renan Filho (quase R$ 1,7 milhão), o senador eleito Rodrigo Cunha (mais de R$ 948 mil) e o candidato a deputado federal não eleito Givaldo Carimbão (quase R$ 693 mil).

Em contrapartida, a maior parte dos candidatos alagoanos terminou a campanha com uma receita maior que as despesas, com sobras que variam de R$26,80 a mais de R$ 470 mil, que é o caso do Carimbão Júnior, candidato a deputado estadual não eleito.

Depois de Carimbão Júnior, os candidatos com as maiores sobras de campanha foram: Francisco Tenório (candidato a deputado estadual, não eleito), com mais de R$ 126 mil, Renan Calheiros (senador eleito) com quase R$ 118 mil e Ivanise Xararau (candidata a deputada federal, não eleita) com mais de R$ 106 mil.

Com exceção de Renan Filho, os demais candidatos ao governo de Alagoas ficaram com saldo positivo na campanha: Melquezedeque Farias (R$ 600 mil); George Basile (R$ 612 mil), Josan Leite (R$ 855 mil), Pinto de Luna (R$ 10 mil) e Fernando Collor (R$ 35 mil).

Os aspirantes à Presidência da República somaram dívidas no total de R$ 2,88 milhões e ficam em quinto lugar no ranking das candidaturas com campanhas no vermelho.

Procurado pela reportagem, o senador eleito Rodrigo Cunha respondeu: “Fomos uma das candidaturas mais baratas do país, fazendo uma equivalência por voto recebido, a mais votada aqui em Alagoas e a que menos gastou. Por acreditar que a política deve ser feita com total transparência, fiz questão de declarar cada centavo recebido e cada centavo gasto. Em comum acordo com os fornecedores, diretório nacional do partido e em observância à legislação eleitoral, o pagamento de alguns serviços contratados ficaram para serem quitados após o prazo da prestação de contas, e não há nenhum problema nisso”, justificou.

Entramos em contato com os demais candidatos citados na matéria, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.

Na região Sudeste, o Rio de Janeiro terminou a campanha com os candidatos mais endividados do Brasil, somando um valor de mais de R$ 13,3 milhões, o que corresponde a 13,5% da dívida de todo o país. Ceará é o estado onde os candidatos mais se endividaram no Nordeste, com mais de R$ 7,6 milhões. 

Já no Centro-Oeste, foi o Mato Grosso que ficou com o maior déficit, quase R$ 5 milhões. O Pará está com a maior dívida pós-eleições da região Norte, somando mais de R$ 4,5 milhões. E no Sul, o Rio Grande do Sul terminou as eleições com uma despesa R$ 4 milhões maior que a receita.

Com a nova legislação, os candidatos não podem mais receber doações de empresas, que sempre foram a maior fonte de recursos das campanhas políticas. No entanto, os recursos chegam aos candidatos, legalmente, de diversas formas.

Neste ano, a maior parte da receita para as campanhas ao redor do país veio dos partidos políticos, com mais de R$ 2,1 bilhões em doações. Em seguida estão as pessoas físicas, com mais de R$ 500 milhões. Muitos candidatos também empregaram recursos próprios, somando mais de R$ 400 milhões.

O pleito de 2018 foi o primeiro a permitir pagar por impulsionamento em publicações nas redes sociais. Candidatos de todo país gastaram mais de R$76,1 milhões com este tipo de despesa.


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