JUSTIÇA

Procurador do Rio de Janeiro, Renan Saad, é preso por receber propina

Por Com Estadão 01/07/2019 - 13:07

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O Globo
Operação Lava Jato no Rio prende o procurador Renan Saad
Operação Lava Jato no Rio prende o procurador Renan Saad

O procurador do Estado do Rio de Janeiro, Renan Saad, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta segunda, 1, em desdobramento da Operação Lava Jato, recebeu pagamentos de R$ 1,265 milhão da Odebrecht relacionados à obra da Linha 4 do Metrô, indica a Procuradoria da República no Rio.

Segundo o Ministério Público Federal, Renan teria praticado ‘atos de ofício em favor das construtoras responsáveis pela linha’, especialmente em relação à mudança do traçado original do metrô e viabilização do pagamento de uma tuneladora, equipamento conhecido ‘tatuzão’.

As obras da Linha 4, que liga a zona sul à região da Barra da Tijuca, foram idealizadas em 1998 e retomadas pelo ex-governador Sérgio Cabral em 2009, após a escolha do Rio como sede Olimpíada de 2016. O custo das obras, inicialmente orçado em R$ 880 milhões, foi reajustado para R$ 9,6 bilhões, indicou a Procuradoria.

O Ministério Público Federal chegou até o R$ 1,2 milhão após localizar, em uma empresa de manutenção de depósito de documentos contratada pela transportadora Transexpert, registro de pagamento realizado no endereço do escritório de advocacia de Renan Saad.

O local foi alvo de uma das ordens de busca e apreensão cumpridas na manhã desta terça, 1, e já havia sido mencionado na delação do ex-diretor de contratos da Odebrecht Marcos Vidigal do Amaral como endereço de entrega de propina. Agentes também realizaram buscas na casa de Saad.

A apuração observou que Saad era tratado como ‘Gordinho’ no sistema Drousys, destinado para a programação e execução das comunicações internas da Odebrecht relacionadas ao pagamento de propina.

De acordo com a Procuradoria, a prisão temporária de Saad foi deferida por causa da necessidade se colher depoimentos de pessoas subordinadas ao procurador para apuração dos crimes de pertencimento à organização criminosa e lavagem de dinheiro por intermédio do escritório de advocacia do investigado.


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