MUDANÇAS

Senado endurece legislação antifumo

Por Congresso em Foco 03/07/2019 - 16:29
Atualização: 03/07/2019 - 16:32

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Divulgação
Pela proposta aprovada, condutor que fumar em veículo que transportar menor de 18 anos incorrerá em falta gravíssima
Pela proposta aprovada, condutor que fumar em veículo que transportar menor de 18 anos incorrerá em falta gravíssima

O Senado aprovou nesta quarta-feira (3) projeto de lei que endurece a legislação de combate ao fumo no país. Entre outras mudanças, o texto proíbe a propaganda inclusive nos postos de venda, a inserção de sabor e aroma nos cigarros e torna infração de trânsito gravíssima, com cobrança de multa, o fumo em veículos com passageiros menores de 18 anos.

A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em caráter terminativo e poderá seguir diretamente para a Câmara sem passar pelo plenário, a não ser que haja recurso para que seja apreciada pelos 81 senadores. Para virar lei, o projeto precisa ser aprovado pelos deputados e ser sancionado pelo presidente da República.

A proposição é do senador José Serra (PSDB-SP) e foi relatada pela senadora Leila Barros (PSB-DF). O texto ainda previa a uniformização das embalagens, mas, a medida foi alterada sob a alegação de que os chamados “maços genéricos” – com design gráfico único, cores e fontes iguais –, “poderiam deixar as marcas desprotegidas e facilitar a falsificação do produto”, explicou a relatora.
Propaganda

O projeto veda totalmente a propaganda de cigarros nos postos de venda. Atualmente, a publicidade de derivados do fumo é autorizada apenas para pôsteres, painéis e cartazes na parte interna dos locais de venda. O texto aprovado hoje na CCJ também limita o espaço para a marca do cigarro a 35% da parte frontal da embalagem.

A proposta proíbe “propaganda, publicidade, promoção e patrocínio de tabaco, cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco". A vedação vale também para "a exposição e a visibilidade dos produtos mencionados nos locais de venda". Pelo projeto, os cigarros também não poderão ser vendidos em máquinas automáticas.

Estima-se que pelo menos 50 doenças estejam associadas ao fumo, como câncer, AVC, infarto e hipertensão. “O fumo faz mal à saúde e vicia, independentemente de o cigarro ser falsificado ou não. Por isso, sou favorável a projetos que podem ajudar a inibir o aumento do tabagismo, principalmente entre os jovens”, defendeu a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS).

Em audiência pública realizada em maio, especialistas sobre o assunto afirmaram que a propaganda e os aditivos aos cigarros podem estimular o vício em jovens e crianças.

Na ocasião, a secretária-executiva do Comissão Nacional para Implementação da Convenção-quadro para Controle do Tabaco, Tânia Cavalcante, afirmou que o projeto ajuda a restringir “práticas desleais de mercado voltadas à venda de cigarro a menores”, proibida por lei.

Já a representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gloria Latuf, lembrou que a OMS defende o banimento dos aditivos, que mascaram o sabor e o odor desagradável do cigarro e a aspereza da fumaça.


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