DURANTE GOVERNO BOLSONARO

TCU aponta fraude em kits de robótica vendidos para Alagoas por pai de vereador de Maceió

Kits foram entregues para Canapi, Santana do Mundaú, União dos Palmares, Flexeiras, Branquinha, Maravilha e Barra de Santo Antônio
Por Redação 28/04/2023 - 14:22

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Antonio Cruz/Agência Brasil
Kits para melhorar conhecimento dos alunos foram entregues em diversas cidades
Kits para melhorar conhecimento dos alunos foram entregues em diversas cidades

O Tribunal de Contas da União (TCU) confirmou que houve fraude nos processos de compras de kits de robótica por parte do governo federal durante o governo Jair Bolsonaro (PL) de uma empresa do empresário Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PP).

A corte autorizou, entretanto, que sejam mantidos os pagamentos já realizados até abril de 2022. O voto final de Walton Alencar, relator da investigação, foi apresentado na última quarta-feira, 26, sendo acompanhado pela maioria dos ministros presentes na sessão.

A decisão foi baseada em investigação que denunciou repasses de dinheiro do Ministério da Educação (MEC) para prefeituras com contratos com a Megalic, empresa alagoana de propriedade do empresário Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PP), aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A denúncia sobre a compra dos kits de robótica por parte do governo foi feita pelo jornal Folha de S. Paulo em abril de 2022. Segundo a reportagem, o governo de Bolsonaro destinou R$ 26 milhões de recursos do MEC para a compra dos kits para escolas de pequenas cidades alagoanas que sofrem com deficiências de infraestrutura básica, como falta de salas de aula, de computadores, de internet e até mesmo de água encanada.

Os municípios que receberam os recursos foram Canapi, Santana do Mundaú, União dos Palmares, Flexeiras, Branquinha, Maravilha e Barra de Santo Antônio. Durante o processo no TCU, a empresa Megalic argumentou que não houve sobrepreço, indicando que outras compras públicas praticaram preços similares com fornecedores diferentes.

Apesar disso, a Folha de S. Paulo já havia mostrado que a decisão do governo sobre os kits ignorou opções mais em conta disponíveis no mercado. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou na época que não teve envolvimento com a contratação de empresas pelos municípios e que não solicitou aceleração de liberações, alegando que os processos obedecem a critérios técnicos do FNDE.

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