NOVAS REGRAS

Processo por corrupção passiva contra Lira deve ser julgado até junho

Deputado foi acusado de receber propina da CBTU e processo está parado no STF há dois anos
Por Tamara Albuquerque com agências de notícias 14/05/2023 - 10:12
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Câmara dos Deputados
Arthur Lira: caso sobre corrupção deve ser analisado em junho
Arthur Lira: caso sobre corrupção deve ser analisado em junho

O Supremo Tribunal Federal (STF) pode analisar em junho a ação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por suspeita de corrupção passiva. O processo está parado desde novembro de 2020, quando o ministro Dias Toffoli, então relator da ação, pediu vista ao processo. Como as regras do STF mudaram, reduzindo para 90 dias o tempo de suspensão para vista, a ação contra Lira deve ser julgada na 1ª Turma até junho. Após esse período, os autos estarão automaticamente liberados

O processo contra Lira foi aceito pelo Supremo em outubro de 2019, depois que um ex-assessor do parlamentar ter sido flagrado, sete anos antes, transportando R$ 106,4 mil em dinheiro vivo. O assessor tentou embarcar para Brasília com o valor escondido nas vestes — e com passagem arcada pelo deputado. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os valores apreendidos deveriam ser entregues a Lira, em troca de apoio político para manter Francisco Colombo no cargo de presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

Na denúncia, a então procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu a condenação de Lira por corrupção passiva, delito com pena prevista de até 12 anos de prisão. A peça também incluía o crime de lavagem de dinheiro, mas os ministros já rejeitaram esse enquadramento.

Embora Toffoli tenha mudado no último dia 5 de maio para a 2ª Turma, a análise ainda caberá à 1ª turma, da qual fazem parte os ministros Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. Na 2ª Turma, estão André Mendonça, Nunes Marques, Edson Fachin e Gilmar Mendes, além de Toffoli.

Parecer favorável

Arthur Lira nega envolvimento no caso e sua defesa tenta anular o processo no STF por ter sido baseado em delação premiada. Em 4 de abril, a própria PGR se manifestou a favor de Lira. Assinado pela vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo, o parecer afirma que houve uma “reavaliação do entendimento anteriormente exposto, a partir de uma análise aprofundada das teses defensivas apresentadas pelo denunciado Arthur Lira”.

Segundo a PGR, à luz do Pacote Anticrime, que expressamente proibiu denúncia unicamente com base em delação premiada, “não foi demonstrada a existência de lastro probatório mínimo indispensável para a instauração de um processo penal em face do referido denunciado”.



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