PERÍCIA

PF encontra documentos sobre plano golpista no celular de Mauro Cid

Investigação também encontrou outras pessoas que participaram as articulações
Por Redação 07/06/2023 - 19:10
Atualização: 07/06/2023 - 19:15
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Alan Santos/Presidência da Republica
Jair Bolsonaro e Mauro Cid
Jair Bolsonaro e Mauro Cid

A perícia realizada pela Polícia Federal (PF) no celular apreendido do coronel Mauro Cid, conhecido como braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelou uma série de mensagens, áudios e documentos relacionados a movimentos golpistas com o objetivo de manter o ex-presidente no poder, mesmo após a derrota nas eleições do ano passado.

Durante seu depoimento à Polícia Federal na terça-feira (06), Mauro Cid optou por permanecer em silêncio quando questionado sobre o assunto. A defesa de Cid enviou uma nota à TV Globo, afirmando que "não teve acesso aos documentos que embasaram a convocação para o depoimento" e, por isso, "o cliente exerceu seu direito constitucional de permanecer em silêncio". A nota ainda informa que "após ter acesso à documentação que fundamenta a investigação (...), Mauro Cid estará disponível para esclarecer os fatos".

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A TV Globo revelou que foram identificadas, por exemplo, minutas de decretos relacionados à Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite exclusivamente ao presidente da República convocar operações militares das Forças Armadas em situações graves de perturbação da ordem, além de tratativas para a decretação do Estado de Defesa.

As investigações comprovaram, segundo as fontes da emissora, a participação ativa de Mauro Cid em planos golpistas após as eleições. Diversos interlocutores de Cid, identificados por meio da perícia no celular, estão sendo investigados pela PF. Alguns nomes ainda são mantidos em sigilo devido aos cargos de destaque que ocupavam no governo anterior. O inquérito avança nessa direção.

Outros indivíduos já estão sendo convocados para prestar depoimento e alguns até mesmo foram detidos na mesma operação da PF que resultou na prisão de Mauro Cid no início de maio. Entre os envolvidos nas tramas para o golpe estão o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros e o sargento Luis Marcos dos Reis, que fazia parte da equipe de Mauro Cid.

Durante seu depoimento à PF na tarde desta quarta-feira, Reis não se pronunciou sobre as provas materiais coletadas nas investigações sobre os planos golpistas após as eleições de 2022. O sargento, que também está preso, optou por permanecer em silêncio, alegando não ter tido acesso aos autos, mesma estratégia de defesa adotada pelo coronel Mauro Cid no dia anterior.

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