Política

Renan Calheiros avalia abandonar CPI do INSS, diz jornal

Decisão será tomada esta semana, após comando do colegiado ficar nas mãos da oposição
Por Tamara Albuquerque 25/08/2025 - 14:10
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Roque de Sá/Agência Senado
O senador Renan Calheiros
O senador Renan Calheiros

O senador Renan Calheiros (MDB) avalia deixar a CPMI do INSS, após a derrota sofrida pelo governo na eleição para o comando do colegiado, que será composto por dois bolsonaristas: o relator Alfredo Gaspar Mendonça e o presidente, senador Carlos Viana eleitos pela mobilização da oposição.

Além de Calheiros, o senador Eduardo Braga, líder do MDB, também já disse nos bastidores que pode deixar o grupo. Ambos, segundo a Folha de S.Paulo não eram entusiasta da CPMI desde o começo, mas a perda do comando para bolsonaristas deixou a "permanência deles insustentável, na avaliação de congressistas ouvidos pela Folha.

Os senadores em questão perderam o ânimo para enfrentar a oposição e se desgastar no colegiado defendendo os argumentos do governo no caso. A CPMI investigará descontos ilegais milionários contra aposentados do órgão.

Havia um acordo, costurado com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que o senador Omar Aziz (PSD-AM) presidisse a CPI e o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) fosse o relator. Tanto Aziz quanto Ayres têm proximidade com a gestão Lula. 

O governo se descuidou enquanto a oposição se organizava. Aziz perdeu a eleição de presidente da CPI na quarta-feira, 20. O comando de opositores sobre a comissão de inquérito deixará muito mais desgastante o trabalho de quem quiser defender o governo.

Braga e Renan devem ter conversas com a bancada de senadores emedebistas nos próximos dias para comunicar a vontade de deixar o colegiado e, provavelmente, escolher dois substitutos. Segundo a Folha, caso a troca seja confirmada, é provável que haja um enfraquecimento político do grupo do governo na comissão. Braga e Renan estão entre os integrantes mais poderosos do Senado.

Depois da derrota, ainda na quarta-feira, congressistas aliados de Lula foram ao Palácio do Planalto para uma reunião com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política. Em seguida, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), falou a jornalistas que a culpa pela derrota havia sido dele próprio. Randolfe também afirmou que os aliados do governo têm maioria na CPI e podem decidir quais requerimentos para convocar depoentes ou quebrar sigilos bancários serão aprovados.


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