A PEDIDO DE LÍDERES DA CASA

Lira cancela reunião sobre novo arcabouço fiscal após fala de Haddad sobre 'poder' da Câmara

Encontro tinha como objetivo discutir as mudanças feitas pelo Senado no texto do projeto
Por Redação 14/08/2023 - 19:45
Atualização: 14/08/2023 - 19:51
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Agência Câmara
O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL)
O presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL)

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cancelou a reunião com o relator do novo arcabouço fiscal, Claudio Cajado (PP-BA), líderes partidários e técnicos da equipe econômica para discutir as mudanças feitas pelo Senado no texto do projeto. O encontro estava previsto para a noite desta segunda-feira, 14. A informação é do Estadão.

Segundo o Estadão, lideranças da Casa ficaram incomodadas com declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mais cedo, durante uma entrevista, Haddad disse que a Câmara está com “um poder muito grande” e não pode usá-lo para “humilhar” o Senado e o Executivo.relacionadas_esquerda

As lideranças partidárias da Casa têm reforçado nos bastidores que a Câmara aprovou todas as pautas de interesse do governo no primeiro semestre e que Haddad sempre teve uma boa relação com a Casa. Depois da repercussão, Haddad disse que ligou para Lira e alegou que a crítica não era direcionada à legislatura atual da Casa.

Sobre a boa relação com Lira, o ministro lembrou das negociações da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, mas disse que os dois também têm pontos de divergência. “A gente só aparece sorrindo, mas às vezes temos debates acalorados”, afirmou.

Nos bastidores, Haddad é lembrado pelos líderes como o “articulador político do governo”. A postura do ministro junto ao presidente da Câmara e deputados foi destacada como fundamental para garantir aprovação de propostas de interesse do governo, como o arcabouço fiscal e a reforma tributária.

A reunião estava marcada desde a semana passada e o ministro da Fazenda havia sido convidado por Lira nesta manhã para participar da reunião, antes da divulgação da entrevista. A expectativa era de que Cajado e a cúpula da Câmara chegassem a um consenso sobre as alterações feitas pelo Senado no arcabouço.

Os senadores deixaram de fora dos limites fiscais despesas com ciência e tecnologia, o Fundeb e o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). Também aprovaram uma emenda que garante uma folga em torno de R$ 30 bilhões para o governo ao autorizar a previsão de despesas condicionadas no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, que precisa ser enviado ao Congresso até o fim de agosto.

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